Mais de 200 funcionários do Banco Central já assistiram às aulas do curso
Roberta Scrivano
Conversas informais entre dirigentes do sindicado dos funcionários do Banco Central (Sinal) e os trabalhadores colocaram na pauta das reuniões entre a associação e o BC a educação financeira. Nesses bate-papos, conta Sérgio Belsito, presidente do Sinal, as histórias se repetiam: empréstimos a juros exorbitantes, dívidas no cartão de crédito, consumo sem responsabilidade. “Percebemos que as pessoas são mal informadas, até as que trabalham no Banco Central, e decidimos mudar isso com cursos.”
A partir daí, então, o Sinal e o BC deram início a discussões para a formação de cursos para esses servidores. A iniciativa começou em 2010. Até agora 200 servidores já assistiram às aulas de educação financeira ministradas por ex funcionários do BC, convocados pelo Sinal.
Para o próximo ano, a intenção é aumentar ainda mais o número de aulas. “E isso sai dos muros do Banco Central. A ideia é capacitar multiplicadores.
Queremos que cada pessoa que fez a aula ensine uma, duas ou três pessoas aquilo que aprendeu”, diz Belsito.
O sucesso do curso nessa primeira etapa foi tanto que até a aeronáutica chamou os professores do Sinal para dar aulas a seus funcionários. “E há outros órgãos interessados”, informa o presidente do sindicato.
Ele adianta inclusive que a ideia é expandir o curso também para aposentados do INSS e,além disso, publicar esse conteúdo na internet, em cursos à
distância.“Tudo isso com material próprio, produzido por nossos professores.”
Conteúdo. O conteúdo passado no curso, que dura, em geral, uma semana, trata desde a elaboração do orçamento doméstico mensal até a importância de se atentar ao custo total de um empréstimo. “O desconhecimento é grande. São raras as pessoas que anotam o que gastam e o que ganham, por exemplo”, avalia Sergio Belsito.“Falar sobre o custo efetivo de um empréstimo então, é de suma importância, já que as pessoas só prestam atenção no valor da prestação que vai ser cobrada mensalmente”,completa.
Durante as aulas também são abordados temas como cartão de crédito, consumo consciente e até investimentos. “O mercado financeiro é algo conturbado e cheio de armadilhas, o consumidor não tem muita proteção, sabemos que é preciso ajudá-lo”, frisa Belsito.
Fonte: O Estado de S. Paulo