O país poderia ter vivido uma onda de quebra de empresas, se o Banco Central não tivesse dado proteção ao mercado, por meio do programa de swaps cambiais, contra a disparada do dólar . Foi o que afirmou ontem o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. “Posso assegurar que teríamos uma situação dramática caso não usássemos os swaps”, disse ele. “Teríamos um setor privado quebrado, e nada disso ocorreu.”
Os leilões diários de contratos de swap (cujo efeito é equivalente à venda de dólares no mercado futuro) duraram de agosto de 2013 a março deste ano, com o objetivo de garantir a oferta de moeda estrangeira no mercado e evitar flutuação brusca das cotações. O programa suscitou críticas devido ao alto custo que representou para o BC, que acumulou perdas de mais de R$ 100 bilhões no período. Para Tombini, no entanto, valeu a pena. “De que vale essa acumulação de reservas se você não pode usar?”, questionou.
O presidente do BC explicou que, ao longo de 2013 e 2014, muitas empresas tomaram recursos lá fora, em dólares, para aproveitar as baixas taxas de juros no mercado internacional. Com a alta da divisa, elas ficaram em situação difícil e, por isso, foi necessário dar proteção ao mercado.Tombini, ressaltou, contudo, que a política do governo continua sendo a de manter o câmbio flutuante.
Fonte: Correio Braziliense