BC prioriza combate a movimento cambial brusco

    Por Assis Moreira | De Genebra

    O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, mostrou determinação em reduzir o grau de volatilidade no câmbio e nas taxas futuras de juros em encontro com investidores realizado ontem em Londres, segundo informou ao Valor um dos participantes.

    Segundo essa fonte, a percepção que Tombini deixou no encontro, promovido pela agência Bloomberg, foi de que a prioridade do BC é reduzir os movimentos bruscos no câmbio e nos juros.

    Tombini afirmou que o Brasil tem um BC que se antecipa aos problemas e até sai na frente de outros bancos centrais, na sua atuação em relação a inflação, juros e câmbio. O presidente do BC disse que o país conta com reservas e que a autoridade monetária tem um padrão de atuação no mercado de câmbio, com o objetivo de explicitar sua determinação em reduzir volatilidades.

    Segundo o relato da fonte, o presidente do BC falou que o crescimento da economia brasileira este ano é mais moderado. Mas disse estar vendo recuperação gradual e consistente, na direção contrária do que alguns grandes bancos internacionais vêm prevendo, de expansão menor nos próximos dois anos. Ao final do encontro, Tombini respondeu a algumas perguntas dos investidores. Sobre volatilidade, repetiu o que já tinha afirmado. Outra questão foi sobre os bancos públicos e seu avanço no mercado de crédito, que poderia causar distorções no mercado. A resposta de Tombini, segundo um participante, foi que o BC não tem nenhuma responsabilidade na gestão dos bancos públicos, uma vez que sua função é monitorar.

    A questão pareceu ter sido considerada desnecessária entre alguns participantes, depois de a presidente Dilma Rousseff ter declarado em Nova York que os bancos públicos vão retomar sua vocação original, evitando maior presença estatal no crédito.

    Em entrevista à Bloomberg após o encontro com os investidores, Tombini reafirmou que o BC trabalha para trazer a inflação o mais perto possível de 4,5% no ano que vem. “A meta de inflação é 4,5%”, disse. “Nossa ambição é trazer a inflação para baixo, mais perto da meta.”

    O presidente do BC disse que o Brasil tem uma janela de julho de 2013 a abril 2014 para desacelerar a inflação anual, dado que as elevações nos índices de preços mensais foram expressivas no período anterior. Tombini disse esperar que os analistas reduzam suas estimativas de inflação na medida em que os reajustes de preços vão desacelerando. Em 2014, sucesso seria “completar mais um ano com inflação em linha com o nosso regime, tão devagar quanto possível e tão próxima da meta quanto possível”, disse. (Com Bloomberg)

     

    Fonte: Valor Econômico

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