BC quer aumentar circulação de moedas

    O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, fez o lançamento de uma campanha para aumentar a circulação de moedas na economia, de olho na redução do gasto público, entre outros objetivos. Batizada de “Caça ao Tesouro”, a ação conta com duas frentes. Uma interna, que incentiva servidores e familiares a trazer moedas ao BC para trocar por notas. E uma ação externa, com a veiculação de campanha on-line incentivando a circulação de moedas.

    Segundo Ilan, considerando que desde 1994 foram emitidas quase 25 bilhões de moedas de real, chega-se ao número estimado de 8,7 bilhões de moedas entesouradas, que correspondem a aproximadamente R$ 1,4 bilhão, fora de circulação. “Esperamos o engajamento da sociedade para que possamos trazer bilhões de moedas de volta à circulação”, afirmou.

    A quantidade de moedas alcança, hoje, R$ 6,3 bilhões em valor, o que corresponde a uma disponibilidade per capita de R$ 31 em moedas, equivalente a 123 unidades por habitante. A proporção de moedas em relação ao total do meio circulante no Brasil é da ordem de 2,8%, estando alinhada a parâmetros internacionais, que variam de 2,3% a 3,0%.

    De acordo com o presidente do BC, em 2016 foram postas em circulação 761 milhões de unidades de novas moedas, número 11% superior ao de 2015, quando foi disponibilizado um total de 685 milhões de unidades. Em 2017, até 31 de julho, já foram disponibilizadas 434 milhões de novas moedas.

    “É papel do Banco Central sensibilizar o público quanto à necessidade de promover a recirculação das moedas guardadas, pois o entesouramento, além de contribuir para a dificuldade de troco, motiva a necessidade de produção de novas moedas, cujos custos têm sido crescentes”, disse Ilan. Ainda segundo ele, a recirculação de moedas contribui para a redução do gasto público. O custo de suprimento de moedas alcançou, em 2016, cerca de R$ 243 milhões.

    O presidente disse, ainda, que colocar moedas para circular é bom para o setor real da economia e bom para o meio ambiente, já que fabricar menos moedas implica, por exemplo, economia de energia e de minérios.

    Em sua apresentação, o presidente do BC não fez comentários sobre política monetária.

    Fonte: VALOR ECONÔMICO

    Matéria anteriorRisco de Selic a dois dígitos preocupa BC
    Matéria seguinteRegulamentação de ‘fintech’ busca trazer segurança jurídica