Belluzzo quer superavit de 2%

    PAULO SILVA PINTO

    Com pouca margem para cortar gastos e entregar um superavit primário (economia para pagar juros da dívida) crível, o governo se prepara para anunciar o contingenciamento orçamentário de 2014. Luiz Gonzaga Belluzzo, que foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda entre 1985 e 1987, no governo José Sarney, defende que há espaço para um ajuste sério. “Sempre há. Já fiz Orçamento e sei que tem como”, garantiu. 

    O professor da Universidade de Campinas (Unicamp) diz que uma meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) é totalmente viável, embora o Ministério da Fazenda venha considerando um número mais baixo. 

    Belluzzo explicou que, se o trabalho de conter a inflação ficar todo para o Banco Central, sem ajuda da política fiscal, o país terá de arcar com uma fatura pesada e com a deterioração dos indicadores econômicos. “A meta tem de ser de pelo menos 2%”, calculou. “Tem de rever todos os contratos do governo com empresas terceirizadas e de prestação de serviços. Passar um pente-fino em tudo seria um primeiro passo.” 

    O economista defendeu um calendário com objetivos fiscais para os próximos três anos. Ponderou, no entanto, que, em ano de eleição, é impossível traçar uma estratégia de longo prazo, sobretudo, porque a presidente Dilma Rousseff seria “arrogante” se agisse como se já contasse com a vitória em outubro. “Há sempre o risco de ser outro presidente”, disse. (Colaborou Victor Martins)

     

    Fonte: Correio Braziliense

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