Captação da poupança é a maior em quatro anos

Autor: GABRIELA VALENTE valente@bsb.oglobo.com.br

BRASÍLIA- Com a liberação dos recursos das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e um cenário econômico melhor, o brasileiro voltou a economizar. Em junho, a Caderneta de Poupança teve uma captação líquida de R$ 6,1 bilhões: o maior resultado para o mês de ju- nho em quatro anos. Os dados foram divulgados ontem pelo Banco Central.

A melhora no desempenho da aplicação foi refletida nos dados do primeiro semestre. A Poupança teve uma saída líquida de R$ 12,3 bilhões. O resultado representa melhora significativa em relação à perda líquida de R$ 42,6 bilhões em igual período do ano passado.

Em maio, o resultado já tinha ficado no azul. Foi a primeira vez no ano em que a aplicação mais popular do país tinha um desempenho positivo, mas muito mais baixo do que aconteceu no mês passado. Em maio, os depósitos superaram os saques em apenas R$ 292,6 milhões.

EFEITO DA INFLAÇÃO EM QUEDA

Além da entrada do dinheiro do FGTS na economia, há outras duas explicações para a busca pela Poupança. Em primeiro lugar, a inflação caiu tanto que a caderneta voltou a ganhar do IPCA. Atualmente, a inflação medida pelo IPCA, índice oficial de inflação, está em 3,6% no acumulado dos últimos 12 meses. Já a Poupança rende 6% ao ano, mais TR, a Taxa Referencial.

Outro motivo é a queda dos Juros. Com ela, vários fundos de renda fixa deixaram de ficar tão atraentes para os investidores menores, que têm de pagar a taxa de administração e imposto sobre os ganhos. A Taxa Selic está, hoje, em 10,25% ao ano.

Atualmente, os brasileiros têm R$ 675,3 bilhões na aplicação: o maior valor já registrado pelo Banco Central nos últimos 21 anos, quando a instituição começou a contabilizar os dados.