Centrais protestam

    As recentes medidas adotadas pelo governo na tentativa de enxugar despesas, sobretudo as mudanças na concessão de benefícios sociais e previdenciários, deixou insatisfeita a base trabalhista que ajudou a reeleger a presidente Dilma Rousseff. Ontem, o dia foi marcado por protestos das centrais sindicais, que pedem à presidente da República que volte atrás em relação às medidas provisórias nº 664 e nº 665, que tramitam no Congresso Nacional e tornam mais duras as regras de concessão do seguro-desemprego, do abono salarial, do auxílio-doença e da pensão por morte.

     

    Pela manhã, um grupo de cerca de 200 trabalhadores vinculados à Força Sindical e à Nova Central Sindical do Distrito Federal percorreu toda a Esplanada dos Ministérios e parou em frente ao Ministério da Fazenda. À tarde, um grupo de 50 pessoas, dessa vez mobilizadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), também protestou em frente ao órgão.

     

    “Essa é uma mobilização nacional. Escolhemos a Fazenda porque foi o ministro (Joaquim) Levy que anunciou essas medidas”, disse o diretor da CUT de Brasília, Rodrigo Rodrigues. Ele informou que a entidade não fez um pedido formal para falar diretamente com o ministro. “Estamos aqui apenas dando nosso recado de que somos contra tudo isso”, completou ele, acrescentando que novos protestos vão ocorrer.

     

    Os manifestantes reclamam ainda que a presidente não quer recebê-los, apesar de terem solicitado audiências. A indignação, dizem, está na diferença entre o discurso de Dilma durante as eleições e as recentes divulgações de alterações em benefícios. “As medidas que mudam benefícios sociais foram para o Congresso com rapidez, enquanto a pauta trabalhista está engavetada há anos”, argumenta Vera Leda, presidente da Nova Central Sindical do Distrito Federal. Entre as reivindicações solicitadas há anos, diz Vera, estão o fim do fator previdenciário e o fim do projeto que amplia a terceirização. (BN e RH)

     

    Fonte: Correio Braziliense

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