Cobrança de ajuste

    O diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira, cobrou uma consolidação fiscal para que a inflação caminhe para a meta, de 4,5%, em 2016. Segundo ele, sem a aprovação das medidas que compõem o ajuste, as expectativas para a carestia podem ficar desancoradas e aumentar ainda mais os prêmios de risco cobrados pelo mercado para investir no país. 

    Se, por um lado, o aumento do dólar ajuda a reduzir o deficit nas contas externas, por outro, pressiona o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Não há free lunch (almoço grátis, em português)”, disse ele. 

    Apesar da cobrança, Awazu comentou que o governo tem agido para reverter o quadro de incertezas fiscais. “A política monetária necessita de ancoragem fiscal para assegurar a convergência da inflação à meta de 4,5% no fim de 2016″, comentou. 

    Para o ex-diretor do BC Carlos Eduardo de Freitas, o ajuste fiscal corre o risco de não ser aprovado pelo Congresso Nacional porque a sociedade é contra a alta de impostos. 

    Segundo ele, a maioria da população cobra corte de gastos como forma de ajustar as contas públicas, uma vez que os tributos pagos não são revertidos em melhorias. “Com o aumento da carga tributária, teremos mais recessão e desemprego porque as empresas reduzirão custos com cortes de trabalhadores e reduzirão investimentos”, disse. (AT)

     

    Fonte: Correio Braziliense

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