Concurso BACEN: MPOG nega autorização para concurso protocolada em 2017; outra solicitação em andamento

    O pedido para abertura de um novo Concurso Bacen (Banco Central do Brasil), protocolado em 2017 foi negado pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão nesta segunda-feira, 17, após várias tramitações.

    Segundo o ofício nº 110188/2018-MP, considerando-se o fim do exercício de 2018, não foi possível a autorização com base na Lei Orçamentária de 2018. A solicitação protocolada em maio de 2017 pedia a abertura de concurso para 990 vagas a serem preenchidos no biênio 2019/2020.

    Este ano, também em maio, foi protocolado um novo pedido que teve sua última tramitação no mês de junho. O Estratégia Concursos está tentando entrar em contato com o Órgão para obter mais informações sobre o pedido mais recente. Novas informações serão publicadas nessa página.

    Pedido protocolado em 2018 (última tramitação dia 12/06/18): 

    Requisito para Técnico é alterado

    O presidente Michel Temer sancionou a Lei 13.464 em julho de 2017. A Lei, converteu a MP 765/2016, concedendo reajustes a servidores públicos, reestruturando cargos e carreiras federais, porém foi publicada com alguns vetos, dentre eles, a modificação da exigência de nível superior para para o cargo de Técnico do Órgão (nível médio completo).

    O cargo de Técnico do Banco Central do Brasil (BCB) continuará tendo como requisito o nível médio completo, ficando assim mais acessível para futuros interessados com esse nível de formação

     A justificativa do veto foi a de que a modificação no nível de escolaridade seria uma “inconstitucionalidade formal, por configurar situação de impertinência temática ao objeto inicial da Medida Provisória, vedada segundo decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em julgamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade”.

    O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) divulgou nota informando que “Para o SINAL, terá início, imediatamente, a nova fase do trabalho, que volta a ser a do convencimento parlamentar, desta vez para a derrubada do veto, muito mais difícil e pouco utilizada pelos nossos congressistas, mas que, nem por isso, pode ser desprezada.”

    Remuneração

    Conforme a última atualização da Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais, a remuneração inicial e final para os principais cargos do órgão são os seguintes:

    Analista do Banco Central

    Inicial: R$ 18.057,94
    Final: 
    R$ 25.745,60

    Procurador do Banco Central

    Inicial: R$ 20.109,56
    Final: 
    R$ 26.127,94

    Técnico do Banco Central

    Inicial: R$ 11.771,99
    Final: 
    R$ 6.851,13

    Último Concurso Bacen – Técnicos e Analistas

    O último concurso Banco Central foi realizado em 2013 e ofereceu 500 vagas nos cargos de técnico e analista. A organização foi feita pelo Cebraspe/Cespe. Na ocasião, foram registrados 88.589 inscritos, uma concorrência de aproximadamente 117 candidatos por vaga.

    As provas objetivas foram compostas por 120 questões de língua portuguesa, língua inglesa, raciocínio lógico, direito constitucional, administrativo, sistema financeiro nacional e sistema de pagamentos brasileiro, economia e assuntos internacionais.

    O processo seletivo constou de provas objetiva e discursivas, além de análise de títulos – este último apenas para analista. Houve, ainda, um programa de capacitação para os candidatos aprovados.

    As provas ocorreram nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Belém, Fortaleza, Recife e Salvador.

    E, que tal analisarmos um pouco os números do último concurso?

    Abaixo seguem gráficos sobre a pontuação dos aprovados e sobre a distribuição de matérias cobradas nas provas.

    • Área 1

    O primeiro colocado na Área 1 (Brasília) obteve 66% da nota total do certame (incluindo todas as fases). O último aprovado, na 44 posição, somou 55% da pontuação total.

    É interessante perceber que, neste cargo, as matérias de T.I. representaram mais de 50% da prova objetiva.

    • Área 2

    O primeiro colocado na Área 2 (Brasília) obteve 59% da nota total do certame (incluindo todas as fases). O último aprovado, na 39 posição, somou 46% da pontuação total.

    Novamente, o destaque na prova objetiva ficou por conta das matérias de T.I. que representaram mais de 50% da prova objetiva.

    •  Área 3

    A Área 3 é uma das áreas fins do Bacen. Isto significa que os servidores que nela ingressam irão trabalhar com a elaboração, definição e execução das políticas econômicas praticadas pelo banco, em geral política monetária e cambial. Geralmente é nesta área que ingressam os grandes nomes do Banco e, por isso, a área é tão valorizada e disputada.

    Já de antemão te informo: não é necessário ter mestrado/doutorado em economia para ser aprovado nesta área. Muito pelo contrário, pois os órgãos técnicos da administração pública federal, dentre eles o Bacen, muitas vezes preferem ingressantes sem “vícios” ou background muito extenso. A ideia é aprender a cultura do Banco e com ela se desenvolver.

    O primeiro colocado fez 63,51% da prova, enquanto que o último classificado (94) obteve 43,19%.

    Outro aspecto interessante sobre a Área 3 é a distribuição de matérias, muito equilibrada. Dito de outra forma, TODAS as matérias importam.

    Por exemplo, as matérias Sistema Financeiro, Operações Bancárias, Macro, Micro e Economia Brasileira representam 46% da prova objetiva.

    • Área 4

    A Área 4, outra área fim do Bacen, chama a atenção pela quantidade de aprovados: 196.

    O primeiro colocado fez 67% da prova (uma nota bastante elevada) e o último classificado, 41%. Ou seja, a grande diferença entre o primeiro e o último classificado significa que cabem muitos candidatos entre os aprovados.

    A matéria de destaque neste cargo certamente é Finanças.

    • Área 5

    A Área 5 apresentou 126 aprovados, que apresentaram notas entre 67% e 46%.

    As matérias foram cobradas de forma equilibrada, sendo que os destaques são Português e Direito Administrativo.

    • Área 6

    E, por fim, a Área 6 contou com 200 aprovados, que apresentaram notas entre 76% e 60%. Esta Área foi, notoriamente, a que apresentou notas mais elevadas de aprovação dentre as demais.

    E, como não poderia ser diferente, em virtude da natureza da especialidade do cargo, as matérias de Administração e Direito representaram 56% do total de pontos da prova objetiva.

    O que é o Banco Central e o que ele faz?

    O Banco Central do Brasil é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, que tem por missão assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.

    Entre as principais atribuições do Banco Central destacam-se a condução das políticas monetária, cambial, de crédito e de relações financeiras com o exterior; a regulação e a supervisão do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e a administração do sistema de pagamentos e do meio circulante.

    O Banco Central do Brasil atua também como Secretaria-Executiva do Conselho Monetário Nacional (CMN) e torna públicas as Resoluções do CMN.

    Neste sentido, é útil analisar o organograma do Bacen, disponível no site da instituição:

    Clique na imagem para ampliar

    São 8 Diretorias mais o Presidente. Ao ingressarem na instituição, em geral, os servidores são alocados em uma das oito diretorias, dependendo da área que escolheram no concurso.

    Fonte: Estratégia Concursos

    Matéria anteriorConcurso Bacen solicitado em 2017 foi negado! Novo pedido realizado neste ano continua em análise!
    Matéria seguinteServidores fazem lobby por benefícios ou promoção junto à equipe de transição