O Banco Central envia pedido ao Ministério da Economia para autorização de novo concurso Bacen com 260 vagas nos níveis médio e superior.
O Banco Central enviou ao Ministério da Economia pedido para autorização de novo concurso Bacen. A Assessoria de Imprensa do órgão confirmou à FOLHA DIRIGIDA nesta segunda-feira, 1º, que foram solicitadas 260 vagas para preenchimento em 2021.
Desse total, 30 são para técnicos, 200 para analistas e 30 para procuradores. Esse é mesmo quantitativo pleiteado pelo Banco Central em 2019, ao qual foi negado pelo governo federal.
Em resposta ao pedido, o Ministério da Economia apontou “a indisponibilidade de autorização de novos concursos públicos em face da atual situação fiscal do país”. Mesmo assim, o Departamento de Gestão de Pessoas do BC afirma que a instituição está comprometida com a recomposição mínima do quadro de servidores.
“O Banco Central enviou nova solicitação equivalente à do ano passado (200 vagas para analistas, 30 para técnicos e 30 para procuradores), mas permanece considerando baixa a probabilidade de atendimento, dado o cenário fiscal. O BC continuará mantendo o Ministério da Economia constantemente atualizado quanto à necessidade mínima de reposição de seus servidores”, consta em nota enviada à reportagem.
O cargo de técnico do BC é destinado a quem tem o ensino médio completo. Os vencimentos são de R$7.741,31, incluindo o auxílio-alimentação de R$458. Já a carreira de analista requer o nível superior em qualquer área de formação. As remunerações são de R$19.655,06.
Para ser procurador do Banco Central é preciso ter Bacharelado em Direito e exercício comprovado de dois anos de prática forense. Após a aprovação em concurso, o salário é de R$21.472,49 por mês.
Os órgãos federais tinham até o dia 31 de maio para enviarem pedidos de autorização de novos concursos ao Ministério da Economia.
Resumo concurso Bacen:
- Órgão: Banco Central do Brasil
- Vagas: 260 solicitadas
- Cargos: técnico, analista e procurador do Banco Central
- Remunerações: R$7.741,31 a R$21.472,49
- Status: aguardando autorização do Ministério da Economia
- Link para últimos editais
Sindicato aponta necessidade do novo concurso Bacen
No aguardo pela autorização do governo federal para o novo concurso, o Banco Central (Bacen/BC) apresenta 2.881 cargos vagos. Os dados são referentes ao mês de abril e constam no portal da instituição financeira.
Diante da necessidade de reposição de pessoal, o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionário do BC (Sinal) no Rio de Janeiro, Sérgio Belsito, defende a realização de concurso.
“No momento de aperto como o que estamos passando é fundamental a autoridade monetária ter eficiência para incrementar a retomada do desenvolvimento. E para isso precisamos, sim, de gente qualificada. Necessitamos, urgentemente, repor a força de trabalho de todos os cargos da estrutura de carreira”, diz Sérgio Belsito.
Para o presidente do Sinal no Rio de Janeiro, o ideal seria o Bacen contratar, pelo menos, 300 novos servidores efetivos.
“No RJ, temos necessidade para todas as áreas, principalmente para o Departamento do Meio Circulante, fiscalização e área de apoio. A situação atual não consegue desenvolver novos projetos para melhorias e faz só o necessário”, aponta.
Belsito explica que a falta de profissionais, por exemplo, no Departamento do Meio Circulante, faz com que o BC tenha dificuldades ao atender à demanda originada pelo auxílio emergencial que está sendo pago pela Caixa Econômica.
O benefício é destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEIs), autônomos e desempregados. “Com a necessidade de pagamento dos R$600, tivemos dificuldade de abastecer a rede com papel moeda”, detalha.
Concurso Bacen: autonomia pode ser saída para edital
À espera do aval pelo Ministério da Economia para abrir concurso, a autonomia do BC pode ser saída favorável para o novo edital. Isso porque a instituição financeira não dependeria mais do governo federal para suprir o déficit de servidores.
Tramitam no Congresso Nacional dois projetos de lei que visam a independência do Bacen. O mais avançado é o projeto de lei (PLP 19/2019), protocolado no Senado pelo senador Plínio Valério. O texto teve aprovação no dia 18 de fevereiro, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa.
Assim, segue com pedido de urgência para análise do Plenário. O projeto poderia ser votado em março, como informou Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados.
Entretanto, com a pandemia do Coronavírus, a discussão em Plenário foi adiada, sem data para retomada. Essa pauta já foi incluída na Ordem do dia do plenário de 3 de março. Em caso de aprovação pela maioria, o texto será enviado para apreciação na Câmara dos Deputados.
O último concurso Bacen ocorreu em 2013. Na época, o edital trouxe vagas para técnico, analista e procurador. A banca organizadora foi o Cebraspe (antigo Cespe/UnB).
Os concorrentes a técnico e analista foram submetidos a provas objetiva e discursiva, além de avaliação de títulos (apenas para analista) e programa de capacitação.
Para técnico, a prova de Conhecimentos Básicos abrangeu Língua Portuguesa, Noções de Direito Constitucional e de Direito Administrativo, Gestão Pública, Informática e Raciocínio Lógico-Quantitativo.
Já para analista, a parte de Conhecimentos Básicos foi sobre Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Raciocínio Lógico, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Sistema Financeiro Nacional e Sistema de Pagamento Brasileiro e Economia.
Fonte: Folha Dirigida