Concurso Bacen volta a ter movimentações no Ministério da Economia

    Sem registrar novos avanços desde junho de 2018, o pedido de concurso teve quatro movimentações na terça-feira, 9.

    Depois de dez meses, o pedido para o concurso do Banco Central (Bacen) registrou quatro novas movimentações no Ministério da Economia. A solicitação para 230 vagas de nível superior passou por setores da Secretaria de Gestão de Pessoas na terça-feira, 9.

    A última movimentação foi o envio de um ofício ao secretário-executivo do Banco Central, Adalberto Felinto. A reportagem da FOLHA DIRIGIDA entrou em contato com a assessoria de imprensa do Bacen nesta quarta-feira, 10, para saber detalhes.

    O setor respondeu que o ofício ainda não foi recebido pelo secretário-executivo. Portanto, ainda não dá para saber o teor do documento.

    Bacen solicita novo concurso com 230 vagas ao Ministério da
    Economia (Foto: Divulgação)

    Ano passado, esse mesmo procedimento foi feito para o arquivamento dos pedidos de concursos federais feitos em 2017, como o do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Na época, o então Ministério do Planejamento também arquivou a solicitação de concurso para o Bacen, protocolada em 2017.

    O concurso do Banco Central é importante tendo em vista o grave déficit de pessoal na instituição. Segundo o sistema de Acesso à Informação do Governo Federal, até março de 2019, o órgão registrou 2.745 cargos vagos. Desse total, 379 são para técnico, 2.231 para analista e 135 para procurador.

    As duas primeiras carreiras exigem nível superior em diversas áreas. Já os técnicos devem ter, pelo menos, o nível médio completo. Sem concurso em validade, o Bacen não pode chamar aprovados para suprir esse déficit de servidores.

    Banco Central solicita novo concurso com 230 vagas

    novo pedido de concurso do Bacen foi feito em maio de 2018. Do total de oportunidades, 200 seriam para o cargo de analista e 30 para procurador. Em ambos os casos é necessário ter nível superior.

    Para o cargo de analista, os interessados devem ter graduação em qualquer área. Já para procurador, o órgão exige diploma de nível superior em Direito, inscrição na OAB e comprovação de, no mínimo, dois anos de prática forense.

    As remunerações para a carreira de analista, atualmente, são de R$17.391,64. Já para o cargo de procurador, o Bacen oferece R$19.665,67 por mês. Os valores já incluem o auxílio-alimentação de R$458.

    Independência do Bacen está entre as metas do governo 

    Em janeiro, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou 35 metas para os 100 primeiros dias do governo de Jair Bolsonaro. Entre os objetivos, consta a “independência do Banco Central”. Caso isso venha a acontecer, a instituição não dependeria mais da autorização do Ministério da Economia para abrir um novo concurso.

    Para entrar em vigor, o Congresso Nacional terá que votar sobre essa pauta. Na avaliação de especialistas, a renovação de deputados e senadores pode facilitar a aprovação do projeto.

    Isso porque os novatos são mais favoráveis a autonomia do Bacen do que os veteranos. O presidente reeleito da Câmara, deputado Rodrigo Maia, também já demonstrou ser a favor do projeto.

    O governo completa 100 dias nesta quarta-feira, 10, mas a pauta sobre a independência do Bacen ainda não foi votada pelo Congresso.

    Bacen teve 150 pedidos de aposentadorias em 2018

    No dia 3 de abril, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) se reuniu com o novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O encontro foi para discutir assuntos diversos, como a necessidade de realização de um novo concurso Bacen.

    Segundo o presidente do Sinal-RJ e diretor jurídico do Sinal Nacional, Sérgio Belsito, o Bacen tem atualmente cerca de 3.700 servidores em atividade. Desses, 70 já possuem condições de se aposentar. “Só no ano passado,150 deixaram o banco”, disse.

    ♦ Com independência e concurso em pauta, Bacen tem 2.688 cargos vagos

    Para Sérgio Belsito, a digitalização do órgão, um dos objetivos do governo federal, pode ser aplicada nas atividades de rotina do banco, mas não nas atividades estratégicas.

    “A maior demanda do BC está na área estratégica. Por isso, o órgão tornar-se digital não irá ajudar a resolver a questão do déficit no quadro de pessoal”, disse.

    Fonte: Folha Dirigida

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