O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que o Congresso deve tomar a iniciativa de rever a meta de 1,2% de superávit primário prevista para este ano, segundo o ex-líder governista, “impossível” de ser atingida este ano. Para Jucá, a iniciativa deve ser do Congresso para preservar a “credibilidade” da equipe econômica, que não tinha a real dimensão das contas quando fixou a meta de 1,2% para 2015. “A equipe econômica não pode ficar refém de um número equivocado”, disse o senador.
“A equipe econômica não pode dizer uma coisa agora e depois voltar atrás, dizer que não pode cumprir”, disse Jucá. “Isso não é uma crítica à equipe econômica, pelo contrário, é uma colaboração do Congresso para que se possa fazer a modulação necessária”. Jucá confirmou que deve se encontrar com o ministro Joaquim Levy (Fazenda) para tratar do assunto, provavelmente na próxima semana. O governo não queria tratar do assunto antes da votação do ajuste fiscal, embora já tivesse o diagnóstico de que a meta para 2015 era impossível.
O projeto de Jucá prevê meta de 0,6% neste ano, 1% em 2016 e 2% em 2017. Mas a proposta só avançará no Congresso, onde já há pré-entendimentos, se for “acordada entre todas, a presidente, ministro e nós, no Congresso”. O senador ressalta, no entanto, que “meta não é teto”, deve ser realista e possível de ser cumprida.
“A equipe econômica não pode ficar refém de números”, disse. “O melhor número não é o maior, é o verdadeiro”, disse Jucá. O ex-líder do governo disse que nos últimos sete anos, em cinco a equipe econômica mudou a meta para baixo. “Isso não pode acontecer, tira a credibilidade”.
Para Jucá, que é relator do orçamento e no ano passado foi o principal operador para a aprovação da mudança da meta do superávit, “tirando este ano, que está muito difícil, em 2016 e 2017 o governo pode até fazer um superávit maior. Meta não é teto”.
Fonte: Valor Econômico