Conta externa menos favorável

    Projeção do BC para o saldo das transações correntes este ano aumentou R$ 4 bilhões e passou para R$ 79 bilhões

    O saldo negativo das transações correntes — balanço entre as importações e exportações de mercadorias e serviços do país como resto do mundo — deve fechar este ano em US$ 79 bilhões e, em 2014, em US$ 78bilhões. Os valores correspondem a 3,57% e 3,53% do Produto Interno Bruto (PIB), respectivamente, de acordo com projeções do Banco Central. A estimativa para este ano foi revisada. A projeção anterior para o déficit em transações correntes era de US$ 75 bilhões ou 3,35% do PIB.

    De janeiro a novembro, o saldo negativo soma US$ 72,693 bilhões. E o país registra déficit comercial (mais importações que exportações) de US$ 93 milhões. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a balança comercial é a principal responsável pelo aumento no déficit em transações correntes.

    Há continuidade do crescimento da demanda por produtos no exterior, diz ele. Em contrapartida, a recuperação gradual das economias de outros países geram reflexos nas exportações brasileiras. Além disso, neste ano, houve paralisações de plataformas de produção de petróleo, produto exportado pelo Brasil, o que também influenciou o resultado da balança.

    O BC projeta superávit comercial de US$ 2 bilhões em2013 e de US$ 10 bilhõesem2014. “Outra conta que tem crescido é a de serviços, que cresce na ordem de 18% este ano. É o segundo fator que qualifica essa ampliação do déficit em transações correntes”, disse o chefe do Departamento Econômico do BC.

    A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) está com saldo negativo de US$ 43,276 bilhões. A projeção para o déficit na conta de serviços ficou em US$ 47,4 bilhões, para este ano, e em US$ 51,7 bilhões, para 2014. A conta de rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) apresentou déficit de US$ 32,289 bilhões no acumulado até novembro. A estimativa de déficit é de US$ 36,9 bilhões, em 2013, e de US$ 39,4 bilhões, no próximo ano.

    Já o ingresso líquido de transferências unilaterais correntes (doações e remessas de dólares que o país faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens) ficou em US$ 2,964 bilhões, até novembro. Em 2013, o BC projeta ingressos de US$ 3,3 bilhões e, no próximo ano, de US$ 3,1 bilhões.

    O BC também revisou a projeção para o investimento estrangeiro direto, que vai para o setor produtivo do país, de US$ 60 bilhões (2,68% do PIB) para US$ 63 bilhões (2,85% do PIB) em 2013. Para 2014, a estimativa também é de R$ 63 bilhões, o equivalente a 2,87% do PIB estimado para o ano que vem.

    Em novembro, o investimento foi recorde para o mês, de US$ 8,334 bilhões. Segundo Maciel, houve concentração no setor de petróleo. “É possível que esteja associado à operação (no Campo) de Libra. Para dezembro, a projeção é de US$ 5,5 bilhões. Até o dia 16 deste mês, foram investidos US$ 3 bilhões.

     

    Fonte: Brasil Econômico

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