Denise Neumann De São Paulo
As medidas até agora anunciadas pela nova equipe econômica do governo Dilma Rousseff têm potencial para levar a uma economia fiscal de R$ 43 bilhões ou cerca de 0,7% do PIB, pouco mais da metade da meta assumida para o ano, de 1,2% de superávit fiscal. Essa economia ainda é “potencial”. Ela considera o aumento de impostos anunciados hoje (R$ 20 bilhões), a recomposição do IPI sobre automóveis (estimada em R$ 5 bilhões) e R$ 18 bilhões referentes à economia que seria obtida com a revisão das regras de benefícios como seguro-desemprego, abono salarial e pensões do INSS.
Desse total, a economia com as novas regras ainda é incerta (tanto porque as regras precisam ser aprovadas como pelo fato do governo estar discutindo o assunto com as centrais sindicais) e parte da Cide será repartida com Estados e municípios, o que não deixa toda a arrecadação no caixa da União. Mas, além dessas medidas, outra “a j u d a” virá do aumento da taxa de juros de Longo Prazo (que subiu para 5,5% no fim do ano passado) e do aumento das taxas de juros cobradas no PSI, medidas que reduzem o gasto do Tesouro com a equalização de juros dos empréstimos subsidiados concedidos pelo BNDES.
Essa economia ainda não foi estimada pelo governo.
Os R$ 43 bilhões também não consideram o contingenciamento total de R$ 22,7 bilhões (equivalente a 1,18 avos do orçamento por mês) anunciado na semana passada pelo governo. Se ele for agregado à conta, a economia potencial das medidas anunciadas sobe para quase 1% do PIB.
Fonte: Valor Econômico