Dilma planeja reagir a estagnação com posse antecipada de Levy e Barbosa

    Troca imediata da equipe econômica seria uma reação à divulgação do PIB

    A presidente Dilma Rousseff deve antecipar para esta semana a nomeação dos novos ministros da área econômica. A posse de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda e de Nelson Barbosa no Planejamento também pode ser antecipada para segunda-feira.

    Esta será uma rápida resposta à divulgação de dados ruins da economia nos próximos dias. Na sexta-feira o IBGE divulgará o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, cuja expectativa é de que tenha sido de 0,2%, configurando-se, assim, uma estagnação da economia que já contamina 2015. No mesmo dia serão conhecidos os números das receitas e despesas do setor público consolidado, que vão mostrar a deterioração da política fiscal. Reeleita, Dilma quer enviar novos sinais aos mercados, de uma gestão mais austera das contas públicas nos próximos anos.

    A presidente pretende concluir a formação do ministério até 17 de dezembro, mas só os integrantes da equipe econômica devem assumir antes de 1o de janeiro. ALEXANDRE TOMBINI será reconduzido à presidência do Banco CENTRAL. Tão logo sejam oficializados, os ministros vão anunciar as diretrizes de suas respectivas pastas e, muito provavelmente, as primeiras medidas de ajuste da economia. O anúncio e a antecipação da nomeação, porém, estão condicionados à votação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) com a mudança da meta do superávit.

    Dilma arrependeu-se de ter anunciado com tanta antecedência antes a saída do ministro Guido Mantega da Pasta da Fazenda.

    A demissão precoce de Mantega, em setembro, teve a vantagem de enviar aos mercados, em plena campanha eleitoral, a mensagem de que haveria mudanças na condução da política econômica e também no modelo. Mas em compensação provocou paralisia na gestão econômica.

    Carlos Hamilton é cotado para ocupar um dos cargos mais espinhosos do governo: a Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

    A eventual escolha do diretor de Política Econômica do Banco CENTRAL é vista com muita simpatia pelo setor privado, sobretudo pelo mercado financeiro, pois Hamilton foi um crítico persistente da política fiscal expansionista praticada pelo atual secretário do Tesouro, Arno Augustin.

    Sua nomeação como executor da política fiscal daria mais conforto ao Banco CENTRAL. De 2012 para cá Augustin operou as contas públicas em direção contrária à política de restrição monetária.

    Enquanto o BC elevava os juros para conter a demanda e a inflação, o Tesouro expandia o gasto para animar a demanda e adicionar pressão inflacionária.

    Outro nome cogitado para o cargo do Tesouro é o de Eduarda La Rocque, presidente do Instituto Pereira Passos (IPP), da Prefeitura do Rio de Janeiro. Ela foi uma indicação de Joaquim Levy para a secretaria de Fazenda da prefeitura do Rio, cargo que ocupou quando Levy foi o secretário de Fazenda do governo do Estado do Rio, no início da gestão de Sérgio Cabral (PMDB).

     

    Fonte: Valor Econômico

    Matéria anteriorEmpresas poderão ser punidas por Lei Anticorrupção
    Matéria seguinteErros e acertos de grandes economias no pós-crise