Dívida cresce R$ 70 bilhões

    A dívida pública federal, incluindo a interna e a externa, aumentou R$ 70,3 bilhões ou 3,43% em maio, passando de R$ 2,052 trilhões, em abril, para R$ 2,122 trilhões, no mês passado, conforme dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional. Esse resultado mostra que o ritmo do endividamento da União acelerou em relação à taxa de alta de 1,35% registrada em abril com relação a março.

     

    Esse resultado se deve, principalmente, à emissão líquida de R$ 51 bilhões em títulos (a diferença entre o volume de papéis emitidos no país e no exterior, de R$ 59,2 bilhões descontando, os vencimentos, de R$ 8,2 bilhões) e à despesa de R$ 18,8 bilhões com juros.O péssimo desempenho das contas públicas do governo central (integrado por Tesouro, Previdência e Banco CENTRAL), que registrou um deficit primário de quase R$ 11 bilhões em maio, também contribuiu para esse aumento do endividamento, pois o governo precisa contrair mais dívida para cobrir o rombo das contas públicas. No mês anterior, o resultado primário do governo central havia sido positivo em R$ 16,6 bilhões.

     

    Emissões

    O especialista em contas públicas Raul Velloso não vê com bons olhos esse aumento no ritmo do endividamento da União. “Isso é muito ruim porque o primário de maio foi negativo, e as autoridades falaram que iam

    desacelerar as emissões para bancos oficiais, mas parece que isso não ocorreu”, disse. Ele destacou que, “descontando as miudezas”, como o deficit fiscal e os juros, ainda há uma diferença de cerca de R$ 20 bilhões para chegar ao volume de emissões líquidas, que ele acredita ter a ver com emissões para aportes ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal. Na semana passada, o governo anunciou um empréstimo de R$ 30 bilhões para o BNDES. O coordenador-geral de Administração da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido, informou que essa operação “não está refletida nos números de maio”, mas faz parte do plano de financiamento do Tesouro.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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