Dólar tem forte queda no exterior

    O dólar cravou novas mínimas em três anos no mercado global ontem. A aceleração do movimento desencadeado desde o fim do ano passado veio após o secretário de Tesouro americano, Steven Mnuchin, minimizar a queda recente da moeda americana. O movimento do Câmbio impulsionou ao ouro, enfraqueceu os preços dos Treasuries (alta dos “yields”) e deu suporte adicional ao petróleo, que subiu por questões setoriais.

    Em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, Mnuchin disse não estar “particularmente preocupado” com a depreciação do dólar por favorecer o comércio. Ele ressaltou que, no longo prazo, a solidez do dólar mostra a força da economia dos EUA.

    Para analistas, o posicionamento de Mnuchin não deve ser encarado como surpresa. “Os comentários do secretário combinam com o que tem sido discutido desde a eleição dos EUA. A administração [Trump] vê que o caminho mais rápido para os EUA ganharem competitividade por meio de um dólar mais fraco”, disse Douglas Borthwick, chefe de moeda estrangeira da Chapdelaine FX.

    No fechamentos dos mercados em Nova York, o ICE Dollar Index, que mede a variação da moeda ante seis divisas de referência, recuava 0,98%, aos 89,246. O euro subia 0,85%, a US$ 1,2401, e a libra tinha alta de 1,56%, a US$ 1,4213. O dólar caia 1% ante o iene, a 109,16 ienes.

    Na esteira da alta do euro e da libra ante o dólar, as bolsas europeias tiveram perdas. O fortalecimento da moeda única prejudica as exportações das companhias do continente.

    Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou em alta de 0,17%, aos 402,81 pontos. O DAX, de Frankfurt, subiu 0,71%, aos 13.559,60 pontos, o CAC 40, de Paris, recuou 0,12%, aos 5.535,26, pontos, e o FTSE 100 avançou 0,21%, a 7.731,83 pontos.

    O movimento cambial também levou o ouro a fechar em seu maior nível em mais de um ano. O contrato do metal para fevereiro encerrou com valorização de 1,5%, a US$ 1.356,30 a onça-troy.

    No mercado americano de ações, o dia foi vacilante, com aberturas em novas máximas e migração para o negativo à tarde. No fechamento, o índice Dow Jones terminou com alta de 0,16% aos 26.252,12 pontos e o S&P 500 subiu 0,06% para 2.837,54 pontos. A Nasdaq teve baixa de 0,61% para 7.415,05 pontos.

    Na renda fixa, os Juros das T-notes de 10 anos subiam no fechamentos dos mercados a 2,654%, ante 2,622% do ajuste anterior, enquanto os dos T-bonds de 30 anos tinham alta a 2,936%, de 2,902%. Já os títulos de dois anos avançam a 2,084%, de 2,042% do dia anterior.

    Os preços do petróleo avançaram a máximas em três anos após relatório semanal mostrar a décima queda consecutiva nos estoques da commodity nos EUA. O contrato do WTI para março fechou em alta de 1,8%, a US$ 65,61 por barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), acima de US$ 65 pela primeira vez desde dezembro de 2014. Os futuros do Brent para março avançavam 1,10%, a US$ 70,73 por barril, na ICE, em Londres. (Com agências internacionais)

    Fonte: VALOR ECONÔMICO

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