Os Juros médios cobrados pelos bancos das pessoas físicas caíram de 36,5% ao ano para 35,9% ao ano entre julho e agosto, segundo a nota de Política Monetária e Operações de Crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional) do Banco
Central (BC), o que contribuiu para uma leve melhora do crédito. Embora a taxa média nominal seja a menor desde 2015, ela ainda é muito elevada em termos reais. A queda foi registrada, inclusive, no segmento de taxas livres, em que há forte competição entre os bancos.
O volume de concessões de crédito às pessoas físicas cresceu 4,3% entre julho e agosto, 7,5% entre os primeiros sete meses de 2016 e de 2017 e 5,2% nos últimos 12 meses. “Há dez meses seguidos de crescimento de crédito para pessoa física”, notou o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha.
Do saldo total de operações de crédito, de R$ 3,046 trilhões em agosto, a participação dos empréstimos a pessoas físicas aumentou 0,7% e atingiu R$ 1,609 trilhão, enquanto o saldo de crédito das pessoas jurídicas caiu para R$ 1,437 trilhão (-1% no mês e -8,8% em 12 meses). A demanda insatisfatória de empresas por empréstimos revela que há espaço para elevar o crédito. A retomada, recorde-se, será ajudada por maiores oferta e demanda de recursos.
Outro ponto positivo é o maior equilíbrio entre os fornecedores de crédito por tipo de controlador: entre agosto de 2016 e agosto de 2017, as instituições públicas diminuíram em 4% os saldos de empréstimos, para R$ 1,694 trilhão. No período, as instituições privadas estrangeiras elevaram seus empréstimos em 4,1%.
Nem todos os números são favoráveis. Por exemplo, a relação entre o saldo das operações e o Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 47,2% em julho para 47,1% em agosto, mas o ritmo da queda foi menos intenso – em 12 meses, a queda foi de 3,3 pontos por-centuais. O prazo das concessões de crédito caiu tanto nas operações com pessoas físicas quanto nas com pessoas jurídicas – e seria melhor para os tomadores dispor de prazos dilatados para quitar as dívidas. O saldo das operações com Cheque especial para pessoas físicas cresceu 0,1% entre julho e agosto, para R$ 24,7 bilhões, o que significa que ainda há pessoas dispostas a pagar taxas médias de 317,3% ao ano por recursos. Mas, firmando-se a queda de Juros, a retomada do crédito deve ser vista como provável.
Fonte: O Estado de S. Paulo