Em dia de volatilidade, dólar cai para R$ 3,231

    Bovespa sobe 2,94% e tem a maior alta diária desde 7 de janeiro

    O dólar teve um dia de alta volatilidade ontem. A moeda norte-americana fechou em R$ 3,231, após desvalorização de 0,42%. Mas, durante o dia, chegou a

    R$ 3,284, o maior nível desde 2 de maio de 2003. No mês, a valorização é de 13,44%. Para o estrategista da GPS Investimentos Paulo Miguel, a tendência da divisa é continuar subindo. “O dólar está indo para onde tem que ir. A cotação vai atingir R$ 3,50 em algum momento”, afirmou. 

    Na avaliação de Miguel, as razões para do viés de alta são a expectativas de elevação dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco CENTRAL dos Estados Unidos), a desvalorização das commodities que o Brasil exporta e o elevado deficit em conta-corrente do país. “A reversão dessa tendência não é fácil. Pode ocorrer, por exemplo, se houver adiamento da alta de juros pelo Fed. Mas será temporário.” 

    O economista Flavio Serrano, do Besi Brasil, explicou que o desequilíbrio entre oferta e demanda, que se reflete na inflação e no deficit em conta-corrente, acaba por ser corrigido com o aumento da cotação da principal divisa estrangeira. “Quando o dólar estava em R$ 2,40, a previsão era a de que iria para R$ 2,80. O problema é que, quando começa a subir, é difícil prever a intensidade com que isso acontecerá. E qualquer ruído político faz maior pressão”, disse. Na avaliação de Serrano, pode haver algum exagero no patamar atual.

    O componente governamental na instabilidade veio ontem do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, avaliou Reginaldo Galhardo, gerente de Câmbio da Treviso Corretora. O ministro falou na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. “Ele mencionou algumas coisas que as pessoas não querem escutar. O ajuste fiscal significa aumento de custos. Será bom para a frente, mas, agora, isso impacta os preços. E todo mundo quer se antecipar à alta”, avaliou Galhardo. “Na dúvida, o mercado está comprando dólares”.

    Bolsa

    Em movimento descolado do mercado de câmbio, a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) teve alta de 2,94%, a mais elevada desde 7 de janeiro, fechando a 50.285 pontos. A elevação foi puxada sobretudo por Petrobras e Vale, cujas ações ordinárias (com direito a voto) subiram respectivamente 5,58% e 5,19%. O analista de mercado de capitais Clodoir Vieira vê nesse movimento um alívio com os protestos do fim de semana. “Havia muita tensão com a possibilidade de violência, o que não aconteceu”, explicou.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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