Por José de Castro e Silvia Rosa | De São Paulo
O dólar iniciou a semana volátil, encerrando em ligeira alta diante o real. Investidores evitaram mudança de posição e seguem mais cautelosos à espera de novos dados econômicos dos Estados Unidos, que possam confirmar uma recuperação mais forte da economia americana após o crescimento do PIB no segundo trimestre.
No mercado local, analistas afirmam ter verificado um fluxo mais positivo pela manhã, liderado por uma grande empresa doméstica. Sem novas entradas no período da tarde, o mercado acabou ficando mais suscetível ao panorama externo, e fechou quase estável, com pequena alta de 0,01%, cotado a R$ 2,2603.
O mercado aguarda a divulgação de novos dados que possam confirmar uma recuperação mais forte da economia americana, após o avanço de 4% do PIB do país no segundo trimestre, que elevou a expectativa sobre a possibilidade de a taxa de juros subir antes do esperado por lá.
No mercado local, o Banco CENTRAL iniciou ontem a rolagem do lote de US$ 10,07 bilhões em contratos de swap cambial que vence em 1º de setembro. A autoridade monetária rolou todos os 8 mil contratos de swap cambial ofertados em leilão, cuja operação somou US$ 395,1 milhões. Mantido esse ritmo, o Banco CENTRAL poderá liquidar US$ 2,07 bilhões do lote que vence mês que vem.
As atuações do BC têm contribuído para manter o dólar em patamar mais baixo, em uma tentativa de segurar o câmbio para evitar uma pressão ainda maior para a inflação. “O BC poderia aproveitar o mercado externo mais calmo para reduzir a posição em swaps e ganhar poder de fogo mais na frente”, afirma o analista de uma corretora.
Para o diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora, Arnaldo Curvello, parece claro que o BC busca evitar um dólar mais alto neste momento por causa da inflação ainda elevada, mas a colocação líquida de swaps está mais ligada à demanda por “hedge” cambial. “Há demanda por proteção. E o BC está satisfazendo essa demanda.”