Economista também alertou para o risco da alta do dólar sobre a valorização dos preços.
Bruno Dutra
A elevação de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, para 9,5% ao ano, definida pelo Banco Central na última quarta- feira, pode não ser o melhor caminho para conter a inflação, segundo o ex-presidente do BC Armínio Fraga, para quem é possível reduzir o juro do país a um patamar “normal”. “Muitos países parecidos com o Brasil têma taxa de juro real de longo prazo entre 2% e 3%. Para que isso aconteça, o Brasil teria que insistir na receita do tripé, que me vem à cabeça como a mais natural e ideal para o momento. Não pode ter medo.
Tem que ser uma política equilibrada em várias frentes. Equilíbrio fiscal, monetário e creditício”, afirmou Fraga, após participar de evento promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). Ele também alertou para a ameaça que o dólar valorizado pode representar para o controle da inflação. “Na atual conjuntura, de economia fraca e alta inflação, o dólar em alta poderá dificultar a tarefa do Banco Central de conter os preços.
Países como o Brasil, que administraram essas fases sem cuidado, agora podem se ver em maus lençóis”, dz. Fraga afirmou ainda ter travado conversas como senador Aécio Neves, possível candidato à Presidência da República pelo PSDB. “Vejo nele um potencial de boas ideias e de boas políticas. Não posso citar nada sobre isso porque ainda não é nada concreto”.
Fonte: Brasil Econômico