Fórum das carreiras de Estado entra com representação contra ministro

    BRASÍLIA  –  O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) vai protocolar nesta terça-feira uma representação no Conselho de Ética da Presidência da República contra o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.

    O presidente do fórum, Rudinei Marques, disse que a categoria ficou “estarrecida” com as afirmações de Marun que relacionaram a liberação de recursos de bancos públicos ao apoio de políticos à reforma da Previdência. No dia 26, o ministro afirmou que “o governo espera daqueles governadores que têm recursos a ser liberados, financiamento a ser liberado, uma reciprocidade no que tange à questão da Previdência”.

    Ele disse ainda que a liberação de recursos em troca de apoio não é chantagem, mas “política de governo”. As afirmações causaram reação dos governadores do Nordeste, que logo no dia seguinte divulgaram carta ameaçando processar Carlos Marun.

    “Ficamos estarrecidos com a informação de que os financiamentos da Caixa seriam usados para aliciar deputados para que eles votassem na reforma da Previdência”, disse o presidente do fórum, que afirmou ainda que essa postura configura conflito de interesse e improbidade administrativa.

    “Ele que se explique agora”, afirmou Marques, que falou que a expectativa, primeiro, é que não se efetive a intenção de se usar recurso público como moeda de troca para o apoio às alterações nas regras de aposentadoria.

    No dia 28, Marun divulgou nota em que desafiou “qualquer um a destacar o trecho” em sua entrevista em que tenha afirmado que os financiamentos estariam condicionados a apoio à “necessária reforma da Previdência”.

    “Afirmei, como reafirmo, que espero que todos os agentes públicos tenham a responsabilidade de contribuir neste momento histórico da vida da nação. E afirmei, como reafirmo, que vou dialogar de forma especial com aqueles que estão sendo beneficiados por ações do governo, pleiteando o seu envolvimento no esforço que estamos fazendo para realizar as reformas que o Brasil necessita”, escreveu o ministro, na ocasião.

    Fonte: Valor Econômico

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