São Paulo – Apontado como ministro da Fazenda num eventual governo de Aécio Neves (PSDB), o economista Armínio Fraga defendeu ontem a autonomia formal do Banco CENTRAL, afirmando que um dia isso se tornará realidade. Ele lembrou que teve essa autonomia quando dirigiu o BC entre 1999 e 2002, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, embora o princípio não estivesse previsto em lei.
A independência do BC é defendida abertamente pela candidatura de Marina Silva (PSB). Fraga, que participou de almoço com empresários promovido pelo Grupo Lide, explicou que o que está em discussão não é um BC independente do Judiciário ou do Legislativo. “É um mecanismo para que o BC possa ter autonomia operacional”, afirmou. Nesse sistema, o BC funcionaria como as atuais agências reguladoras, com dirigentes dispondo de mandatos fixos e liberdade para perseguir metas estabelecidas pelo governo.
Para Armínio Fraga, a principal tarefa da autoridade monetária tem que ser o controle da inflação. “A estabilidade da moeda é um bem público, e quem mais se beneficia disso são os mais pobres”, justificou. O economista defendeu ainda uma drástica simplificação do sistema tributário e afirmou que é preciso declarar guerra ao custo Brasil. O ex-presidente do BC também criticou duramente a política econômica do governo Dilma Rousseff.
Fonte: Correio Braziliense