Funcef registra déficit de R$ 12,478 bi em 2016

    Por Juliana Schincariol | Do Rio

    A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, encerrou 2016 com rentabilidade consolidada de 6,24% e um Déficit de R$ 12,478 bilhões. Um ano antes, o resultado negativo foi de R$ 12,361 bilhões. O fechamento dos números dependia de novo laudo de avaliação do FIP Florestal, fundo em participações que detém fatia na Eldorado Celulose, da holding J&F, da família de Joesley e Wesley Batista.

    O resultado foi puxado pelo mau desempenho dos investimentos estruturados, concentrado principalmente nos FIPs Florestal, Multiner e RG Estaleiros. No ano passado, a fundação reconheceu R$ 1,6 bilhão em perdas nos investimentos em geral, e 92% deste volume concentrou-se nesses três FIPs.

    A carteira de renda fixa teve valorização de 13,5% e a de renda variável subiu 22%. Já as operações com participantes ganharam 15,5% no ano passado. Os investimentos imobiliários tiveram ganhos de 3,27% – a alta na renda dos aluguéis (7%) foi afetada pela reavaliação dos ativos com base nos preços de mercado (-3,73%). Apesar da valorização, como o passivo também precisa ser atualizado pela meta atuarial, ele acaba ficando acima do valor dos ativos, gerando um novo Déficit.

    A fundação encerrou o ano com ativos de R$ 58,4 bilhões, ante R$ 56,5 bilhões em 2015. Segundo a entidade, o retorno consolidado das aplicações em 2016 foi R$ 3,39 bilhões, alta anual de 120,4%

    Dos planos de benefícios da Funcef, o Novo Plano, de contribuição variável e único ainda aberto às novas inscrições, apresentou o melhor desempenho. A rentabilidade foi de 12,37%, pouco abaixo da meta atuarial de 12,58%.

    A Funcef tem ainda outros três planos com metas atuariais entre 12,48% a 12,62% – todos ficaram abaixo do objetivo. O REB, de contribuição variável, teve alta de 9,54%.

    No caso do REG/Replan, primeiro plano da Funcef, de benefício definido, são duas as modalidades – não saldada e saldada. Na primeira, a alta foi de 5,87%. Já na saldada, o ganho foi de 4,67% e o Déficit chegou a R$ 5,76 bilhões.

    Deste total, neste plano, R$ 5,43 bilhões estão sujeitos a equacionamento, diz a Funcef. Esta possibilidade já havia sido acenada pelo presidente Carlos Vieira, em entrevista ao Valor em junho. Caso confirmado, ele será o terceiro seguido. “A fundação tomou uma série de medidas no sentido de readequar a sua política de investimentos, com um mix de carteira mais adequado à nova conjuntura econômica”, disse a Funcef.

    Fonte: VALOR ECONÔMICO

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