Funcionários da estatal de comunicação entram em greve

    Trabalhadores da EBC, antiga Radiobrás, rejeitam proposta de reajuste salarial

    Geralda Doca

    BRASÍLIA

     

    BRASÍLIA – Em campanha salarial, funcionários da empresa de comunicação do governo federal, a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), antiga Radiobrás, decidiram ontem entrar em greve por tempo indeterminado. Ao todo, a estatal emprega 2.151 trabalhadores em todas as praças, e a expectativa do sindicato da categoria é que o movimento tenha a adesão de 60% do quadro da empresa. A EBC é responsável pela TV Brasil, TV Brasil Internacional, Agência Brasil, Radioagência Nacional e oito emissoras de rádio, além de operar os serviços do canal de TV NBr e o programa “Voz do Brasil”.

    Em nota, a EBC informou que a direção da empresa foi surpreendida com a greve, porque as negociações com os sindicatos sobre o aumento salarial e demais benefícios estavam em curso. Segundo a nota, como o serviço prestado pela empresa se enquadra na categoria de atividades essenciais, os organizadores do movimento terão que manter em atividade um efetivo mínimo de trabalhadores. Hoje, haverá nova assembleia. A última greve ocorreu em 2008.

    “A Empresa Brasil de Comunicação foi surpreendida pela deflagração da greve de seus empregados. Durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/ 2014, realizada com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicação e Publicidade, a empresa em nenhum momento se posicionou de forma a prejudicar os seus empregados. Pelo contrário, sempre concordou com a necessidade de preservação do poder de compra dos salários e benefícios sociais”, diz a nota.

    DIREÇÃO PODE RECORRER À JUSTIÇA

    Na proposta de acordo coletivo, válido por dois anos, a EBC ofereceu a reposição da inflação, mais ganho real de 0,5% em 2013 e em 2014 e tíquete (alimentação/refeição) de R$ 832 no próximo mês e outro corrigido pela inflação em dezembro de 2014, além de um novo beneficio, o vale-cultura. Os trabalhadores recusaram a oferta e defendem aumento de R$ 290 a serem incorporados aos salários de todos os empregados e a manutenção de todas as cláusulas incluídas no acordo coletivo anterior.

    Entre elas, a exigência de preenchimento de cargos de coordenação por funcionários do quadro e proibição de acúmulo ou desvio de função. — A oferta da empresa é ruim, porque os trabalhadores não tiveram ganho real nos dois últimos anos — disse o coordenador do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, Jonas Valente. Fontes da EBC informam que a direção tomou medidas para evitar que os serviços sejam prejudicados e não descarta entrar com ação na Justiça caso não seja mantido um efetivo mínimo em atividade. As negociações foram suspensas.

     

    Fonte: O Globo

     

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