BNDES ANTECIPA PAGAMENTO DE TÍTULOS, MAS DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL CONTINUA CRESCENDO
DA REUTERS
A dívida pública federal cresceu 0,79% em setembro na comparação com agosto, somando R$ 3,431 trilhões, avanço que foi limitado pela devolução de R$ 33 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro.
Do total, R$ 15,13 bilhões foram pagos via resgate antecipado de títulos, ação que sensibilizou o nível da dívida pública, informou o Tesouro nesta segunda-feira (23).
“A dívida é imediatamente impactada, os títulos são cancelados”, afirmou o coor-denador-geral de Operações da Dívida Pública, Leandro Secunho. “A dívida teria crescido R$ 15 bilhões [sem a antecipação]”, acrescentou.
A maior parte dos títulos cancelados foi de LTNs com vencimento em abril de 2018 (R$ 6,34 bilhões) e em julho de 2018 (R$ 4,46 bilhões), informou o Tesouro. Além disso, o BNDES também usou recursos em espécie para liquidação de outros R$ 17,87 bilhões para a devolução. Mas enquanto os R$ 33 bilhões diminuem a Dívida bruta geral, apenas os R$ 15,13 bilhões em títulos afetam a dívida mobiliária.
O governo espera receber outros R$ 17 bilhões do BNDES neste ano, mas ainda não foi definido como será o pagamento. Segundo Secunho, não existe risco de descumpri-mento dos intervalos estabelecidos para o estoque da dívida pública federal no Plano de Financiamento Anual (PAF), mesmo que essa nova operação seja exclusivamente em títulos. O intervalo de referência do PAF para 2017 é de um estoque entre R$ 3,45 trilhões a R$ 3,65 trilhões.
SETEMBRO
No mês passado, a dívida pública mobiliária interna teve alta de 0,78% sobre agosto, a R$ 3,312 trilhões, devido à apropriação positiva de Juros de R$ 25,98 bilhões, compensada em parte pelo resgate líquido de R$ 460 milhões. Já a Dívida externa aumentou 1,12% sobre agosto, a R$ 118,88 bilhões, influenciada pelo avanço do dólar frente ao real. No mês, a moeda norte-americana subiu 0,64%.
Quanto à composição, os títulos prefixados continuaram com maior peso na dívida total. Sua fatia foi a 35,66% em setembro, acima dos 34,84% de agosto, dentro do intervalo de 32% a 36% para 2017 do PAF. Os títulos pós-fixados, as LFTs, viram sua participação cair a 31,07% em setembro, sobre 31,92% no mês anterior. Para o ano, o Tesouro fixou participação de 29% a 33% para os papéis.
Os títulos corrigidos pela inflação ficaram estáveis em 29,69% da dívida em setembro, contra 29,67% em agosto. Para eles, o Tesouro também estabeleceu uma participação no ano de 29% a 33%. Já a presença de investidores estrangeiros em títulos da dívida interna recuou a 12,57% em setembro, sobre 12,66% em agosto.
Fonte: Folha de S.Paulo