GOVERNO FACILITA FRAUDES NO BC MANTENDO MENOS SERVIDORES QUE O EXIGIDO

    O quadro de funcionários do Banco Central do Brasil está muito aquém do necessário previsto em lei. Segundo o BCB, atualmente há 4.030 servidores, 2.440 funcionários a menos. Em 2013, foi realizado um concurso público, no entanto, até hoje só foram chamados 315 servidores. O Ministério do Planejamento pretende chamar mais 200.

    Os aprovados prepararam um relatório em que demonstram a necessidade das contratações e aguardam um posicionamento do ministério. O presidente do BCB, Alexandre Tombini, chegou a encaminhar um documento ao ministério em 2012 solicitando concurso público para 1.850 cargos, mas não foi atendido.

    Até o fim deste ano, 559 servidores estarão em condições de se aposentar. Segundo a assessoria de imprensa do BCB, “o Banco Central tem envidado esforços no sentido de obter autorização para nomeação dos candidatos aprovados, sendo que, até o momento, o M. Planejamento autorizou a admissão de 315 novos servidores”.

    Para a presidente do Sindicato dos servidores do Banco do Brasil, regional de Brasília, Rita Girão, há uma grande crise de RH (Recursos Humanos). “Estamos com menor efetivo desde 1973. Depois da crise econômica, enquanto os outros bancos centrais, por exemplo o norte-americano, estão aumentando seu quadro funcional, aqui no Brasil está decaindo e agregando algumas novas funções, como educação financeira, arranjos e pagamentos, que não eram funções típicas. A gente esta vivendo a dificuldade de recompor o nosso quadro funcional”, reclamou.

    Segundo Rita, o banco está “realmente esvaziando”. “As pessoas estão se aposentando. O conhecimento de Banco Central é exclusivo nosso. Para qualificar um servidor leva três anos e as pessoas que sabem estão indo embora. Se você não consegue recompor nem quantitativo imagina passar esse conhecimento. A preocupação é: a gente aperta o cinto agora mas quais as consequências para a economia do Brasil no futuro?”, questiona Rita. “Como fica, por exemplo, uma fiscalização? Também é nossa atribuição fiscalizar todos os bancos. E se essa fiscalização não estiver sendo feita a contento porque está faltando gente? Há o risco de haver uma crise financeira no futuro”, completou.

    Segundo o ministério, o déficit de pessoal mais acentuado em alguns órgãos e entidades do Executivo Federal é decorrente de longos períodos no passado em que não houve concurso público. “Frente a esse cenário, o Planejamento tem priorizado a recomposição de quadros ainda que de forma parcial ou escalonada, conforme as condições orçamentárias. No caso do Banco Central, esse esforço garantiu que fossem autorizados concursos e provimentos em 2005, 2006, 2008, 2009, 2011, 2012 e 2013”.

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