Governo já vê PIB maior em 2018 e 2019

    INDICADORES MELHORES FAZEM EQUIPE ECONÔMICA REVER CRESCIMENTO ECONÔMICO DE 2% PARA 3% EM 2018 E DE

    Autor: Adriana Fernandes / BRASÍLIA

    Depois da divulgação nos últimos dias de uma série de indicadores econômicos favoráveis, a equipe econômica começa a rever os dados de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2018 e 2019.

    Ministério da Fazenda já conta que a economia brasileira poderá entrar 2019 com um crescimento de 3,5% no primeiro ano do sucessor do presidente Michel Temer, segundo informou ao Estadão/Broadcast um integrante da equipe econômica. Até então, a previsão era de uma expansão de 2,5% da economia em 2019.

    Em 2018, a expectativa é a de que a atividade econômica esteja rodando a um ritmo de 3%, acima da projeção oficial de 2% que consta na proposta de Orçamento enviada semana passada ao Congresso Nacional.

    A avaliação é de que os números mais favoráveis do PIB serão um fator importante a contribuir para a melhora das contas púb icas, com reflexo positivo na arrecadação. Apesar dos déficits robustos previstos para 2017 e 2018 (R$ 159 bilhões), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e sua equipe avaliam que não há risco desse quadro abortar o cenário de recuperação. Aqueda dosjuros, anunciada nesta quarta-feira pelo Banco Central, também joga a favor do quadro fiscal.

    Arevisão para cima das previsões de PIB pelos analistas do mercado reforçaram o quadro mais favorável. O Bank of America Merrill Lynch dobrou, na última quarta-feira, a previsão de alta do PIB de 1,5% para 3% em 2018. Se espera novas revisões. Meirelles já adiantou que vai revisar a previsão de alta do PIB de 2017, que está hoje em 0,5%. Segundo ele, “os números estão muito fortes”. A revisão das previsões de 2018 e 2019 poderão ser incluídas durante as negociações no Congresso da lei orçamentária.

    Otimismo. Nos últimos dias, Meirelles tem procurado afastar o ceticismo com a política fiscal, que marcou os últimos meses desde a delação premiada da JBS envolvendo o presidente Michel Temer, e ganhou força com a mudança das metas fiscais de 2017 e 2018. Ele tem rebatido todas as avaliações que apontam que o Brasil vive uma situação de crise fiscal, com graves conseqüências para a trajetória de Dívida bruta do governo.

    A interlocutores, o ministro aponta os preços dos ativos e a queda do risco Brasil, medido pelos contratos de CDS, instrumento que protege os investidores do risco de calote.

    O clima na equipe econômica é de um misto de otimismo com cautela. O otimismo cresceu com a aprovação no Congresso dos projetos que alteram as metas fiscais e cria a Taxa de Longo Prazo (TLP).

    Privatização. O anúncio das privatizações também animou os investidores e deu combustível extra para o ambiente mais favorável. A reviravolta na delação de Joesley Batista pela Procuradoria-Geral da República (PGR) também dá fôlego, na avaliação da equipe econômica, para a retomada da agenda de reformas.

    Dois indicadores foram especialmente comemorados pela área econômica, o crescimento da produção de veículos e a inflação mais baixa recuando para 2,46% em 12 meses até agosto.

    “Inflação mais baixa, redução de Juros e maior estabilidade da economia abriram espaço para as famílias consumirem mais”, postou o ministro Meirelles na sua conta no Twitter. “Além disso, a produção de veículos cresceu 45% em agosto/2107 em relação agosto de 2016”, acrescentou.

    Apesar do quadro econômico menos nebuloso do que há dois meses atrás, o que não se quer no momento é passar uma imagem de otimismo exce ssivo para não atrapalhar a agenda de reformas que precisa avançar, principalmente a da Previdência.

    PARA LEMBRAR
    Números positivos

    Nos últimos dias, surgiram boas notícias de todos os lados para a economia brasileira. O desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre foi um deles. A alta de 0,2%, apesar de pequena, surpreendeu: boa parte do mercado chegava a apostar em uma retração, especial após 17 de maio, quando veio à tona a delação dos executivos do JBS que atingia diretamente o presidente Michel Temer.

    Na terça-feira, o número da produção industrial de julho, divulgado pelo IBGE, também revelou-se uma surpresa positiva. O crescimento de 0,8% veio bem acima das expectativas do mercado, fortalecendo as apostas de um bom desempenho da economia no terceiro trimestre. Na quarta-feira, três notícias positivas. OIPCA, índice oficial de inflação, de agosto ficou em 0,19%, abaixo das estimativas dos economistas. A produção de automóveis em agosto cresceu 45% em relação ao mesmo mês de 2016. E o Banco Central reduziu a taxa de Juros de 9,25% para 8,25% ao ano. Com a safra de notícias positivas, as Instituições Financeiras já começam a revisar, para cima, suas projeções para a economia.

    Fonte: O Estado de S.Paulo

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