Dados inéditos mostram que setor do comércio lidera arrecadação
Dados inéditos divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho mostram que, no ano passado, uma elite de 480 de um total de 9.959 entidades sindicais recebeu, cada uma, ao menos R$ 1 milhão do imposto conhecido como Contribuição Sindical. Conforme o GLOBO mostrou no mês passado, os números vinham sendo mantidos em sigilo pelo governo federal, mas foram liberados por determinação da Controladoria Geral da União (CGU), com base na Lei de Acesso à Informação. O ranking de arrecadação mostra um predomínio do comércio. Excluindo as centrais, quatro das cinco entidades mais ricas estão ligadas ao setor. O primeiro lugar ficou com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo: R$ 29,7 milhões.
– Esse ranking confirma a importância do setor de comércio e serviços na economia nacional, algo que ainda não foi assumido do ponto de vista político. Fiquei surpreso de sermos os primeiros em arrecadação, mas o fato é que realmente somos grandes em tudo. Temos a maior prestação de serviços do país. Somente no ano passado, oferecemos 203 mil atendimentos médicos e odontológicos – afirmou Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, que também comanda a União Geral dos Trabalhadores (UGT), central que no ano passado recebeu outros R$ 39,9 milhões.
Pela primeira vez, a União disponibilizou os dados das 9.959 entidades que dividiram R$ 2,651 bilhões em 2014. No segundo lugar entre os sindicatos milionários, aparece o Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis de São Paulo), com R$ 29,4 milhões. Em seguida, vêm dois outros representantes patronais: a Confederação Nacional do Comércio (CNC), com R$ 26,9 milhões, e a Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio-SP), com R$ 25,2 milhões. O quinto lugar é da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), com R$ 22,7 milhões.
A Contribuição Sindical tem duas origens: um dia de salário por ano de todos os trabalhadores para os respectivos sindicatos e um percentual sobre o capital social das empresas, na representação dos patrões. Os dados não mostram, porém, o faturamento total das entidades, pois elas ainda podem cobrar contribuições adicionais que não têm controle pelo poder público, como mensalidades de associados e outras taxas compulsórias.
Entre os que mais arrecadaram estão ainda categorias de peso, como o Sindicato dos Bancários de São Paulo (8º lugar, com R$ 15,3 milhões) e os metalúrgicos da capital paulista, com R$ 8,8 milhões, na 19ª posição.
Fonte: O Globo