IBGE cruza os braços

    Servidores iniciam movimento em 12 estados na semana em que o instituto anuncia o PIB do primeiro trimestre. Órgão garante a divulgação dos dados

    Os funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) paralisaram as atividades ontem em 12 estados. De acordo com uma das diretoras da Associação de Servidores do IBGE, Ana Magni, a categoria reivindica aumento do orçamento do órgão, para atender às metas de planejamento, a contratação de 4 mil servidores e equiparação salarial a funcionários de outras instituições, como o Banco CENTRAL e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os servidores também cobram participação nas decisões de gestão e democracia interna. Segundo Ana, a ideia é escolher gestores que não fiquem “à mercê de intempéries políticas e econômicas”.

    Apesar da paralisação, responsáveis pelo escritório do instituto no Rio de Janeiro garantiram que a divulgação do PIB, prevista para a próxima sexta-feira, não vai ser prejudicada, pois todos os dados já foram recolhidos. Assim como a da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), com dados nacionais sobre o mercado de trabalho.

    A interrupção do trabalho no IBGE vem se somar à dos servidores do Ministério da Cultura, parados desde 12 de maio, por melhores salários, e à dos funcionários de universidades, desde o final de março.

    Há risco de esse movimento engordar a partir do próximo 10 de junho, dois dias do início da Copa do Mundo. Na próxima sexta-feira, 300 representantes de servidores das 27 unidades da Federação estarão reunidos, em Brasília, para decidir se paralisam as atividades, por tempo indeterminado. Segundo o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva, existem indicativos de que a greve será aprovada. Ele argumenta que menos de um terço dos 144 acordos firmados com a categoria em 2012 foi cumprido.

    Os associados da confederação somam cerca de 800 mil, entre trabalhadores ativos, pensionistas e aposentados. Os funcionários na ativa seriam aproximadamente 400 mil. A Condsef representa 80% dos servidores ativos do Executivo.

    Ministério do Planejamento, por meio da assessoria de imprensa, mantém posição de que deseja o diálogo, mas que não há espaço financeiro e fiscal para cumprir as reivindicações dos servidores, que lutam pela antecipação para este ano da parcela de reajuste prevista para 2015.

    » Diárias maiores

    Em decreto publicado no Diário Oficial da União de ontem, a presidente da República, Dilma Rousseff, dobrou o valor das diárias pagas aos servidores públicos e militares durante a Copa do Mundo para deslocamentos às 12 cidades sedes. Não é a primeira vez que o governo reajusta os valores por causa de grandes eventos. Medida semelhante foi adotada, em julho do ano passado, durante a Copa das Confederações e, em junho de 2012, quando foi realizada a Rio+20.

     

    Fonte: Correio Braziliense

    Matéria anteriorDados fracos de atividade reforçam aposta de manutenção da taxa Selic
    Matéria seguinteSTF tende a adiar julgamento sobre planos econômicos