RIO
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enfrenta uma nova ameaça de entrega coletiva de cargos. Servidores em posições de chefia manifestaram em carta aberta a intenção de deixar seus cargos caso o órgão insista na rescisão do contrato de trabalhadores temporários que aderiram à greve de funcionários, iniciada no fim de maio.
O sindicato nacional de servidores do instituto, o ASSIBGE-SN, calcula que cerca de 200 trabalhadores temporários em todo o País já tenham sido dispensados desde o início da greve. A ameaça de entrega de cargos foi assinada por servidores do IBGE lotados no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Espírito Santo. O sindicato afirma ainda que Distrito Federal e Bahia também articulam um movimento semelhante.
O IBGE confirmou que os chefes das unidades nos Estados mencionados receberam manifestações coletivas contra a não renovação de contratos de trabalhadores temporários. “Até o momento, porém, não houve nenhum pedido de exoneração do cargo”, assegurou o instituto.
Quanto à rescisão de contratos temporários, o IBGErespon-deu que a questão já está sendo tratada pelo Superior Tribunal de Justiça, e que nenhuma medida adicional será tomada antes da decisão final do tribunal, que só retoma do recesso em agosto. Na última segunda-feira, o Ministério Público do Trabalho do Mato Grosso do Sul enviou um ofício ao IBGE pedindo que o órgão interrompa imediatamente qualquer processo de demissão que seja contrário ao direito constitucional de greve.
Os grevistas pedem recomposição do orçamento do IBGE, melhoria dos salários e a realização de concurso público para substituição dos temporários. O ASSIBGE-SN faz hoje um ato público em frente à sede do órgão, no Rio.
A greve já impediu a divulgação da taxa de desemprego de maio para as seis principais regiões metropolitanas do País, apurada pela Pesquisa Mensal de Emprego. A coleta da Pnad Contínua também estava atrasada em algumas regiões./aa.
Fonte: O Estado de S.Paulo