Inflação pode passar de 10%

    A inflação deste ano deve ficar acima de 10%, segundo expectativa do mercado. A mediana das projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) rompeu a barreira dos dois dígitos e chegou a 10,04%, segundo o Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central. Se confirmado esse resultado, será o pior desde 2002.

    Para 2016, os analistas estimam que a alta da carestia será de 6,5%, o teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Especialistas detalharam que,

    enquanto o governo não conseguir diminuir a crise política e aprovar o ajuste fiscal, as projeções continuarão a subir nas próximas semanas. As projeções de inflação para 2017 e 2018 permaneceram inalteradas em 5%.

    Os analistas estimam que a carestia só convergirá para o centro da meta, de 4,5%, em 2019, com o fim do governo Dilma Rousseff. As projeções do Top 5, grupo que mais acerta as previsões para os indicadores macroeconômicos, apontam que o IPCA chegará em dezembro a 10,28% e a 6,98% no próximo ano.

    Se esses resultados se confirmarem, o presidente do BC, Alexandre Tombini, terá de se submeter ao constrangimento público de escrever, por dois anos seguidos, cartas ao ministro da Fazenda para explicar os motivos do descumprimento do regime de metas de inflação.

    As estimativas do mercado para a geração de riquezas no país também pioraram. A mediana das expectativas para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu em queda de 3,1% em 2015 e passou de um encolhimento de 1,9% em 2016 para retração de 2%. Os analistas estimaram que a economia só registrará um tímido crescimento, de 1%, em 2017. Em 2018, as projeções recuaram de uma expansão do PIB de 2% para aumento de 1,85%. Somente em 2019 a geração de riquezas no país terá alta de 2%, segundo o Focus.

    Pela projeção do Focus, a Taxa Básica de Juros (Selic) permanecerá em 14,25% até o fim do ano e será reduzida até 13,25% em 2016. Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá para avaliar se sobe ou não os juros.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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