Alex Ribeiro
De Brasília
O Banco CENTRAL já deu vários sinais de que vai colocar um ponto final no ciclo de alta de juros na reunião do Copom da semana que vem. Poderá manter a taxa básica nos atuais 11% ao ano, como a maioria do mercado espera, mas isso não significa que o trabalho terminou. Os cenários que o BC utiliza indicam que a inflação só começará a convergir à meta em 2016. O primeiro ano do próximo governo, com Dilma ou sem ela, ainda será com um IPCA bem alto. E, se as projeções do mercado estiverem certas, será necessário retomar o aperto monetário.
O IPCA-15 de maio, divulgado anteontem, apresentou variação de 0,58%, uma desaceleração na margem que apenas confirma que o choque de preços dos alimentos está arrefecendo. Mais para o fim do ano, a inflação deve recuar um pouco, mas a projeção do BC é de que encerre 2014 em perigosos 6,2%. A tendência de queda persistiria no próximo ano, porém de forma gradual, com IPCA de 5,5%.
É um resultado modesto para um aperto monetário de 3,75 pontos percentuais, um dos maiores da história.
Se a inflação não vai para a meta e é certo que será necessário subir os juros em 2015, por que BC não faz já o serviço? Uma explicação popular entre analistas é que a autoridade monetária jogou a toalha durante o ano eleitoral. Página A2
Fonte: Valor Econômico