INSS sem atendimento

    A falta de acordo entre servidores públicos e o Ministério do Planejamento sobre a campanha salarial provocou transtornos para a população. Ontem, funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 19 estados e no Distrito Federal entraram em greve por tempo indeterminado. Assim como outras categorias do Executivo, os trabalhadores do INSS rejeitaram a proposta do governo federal de reajuste de 21,3%, parcelado até 2019. Os delegados federais também prometem endurecer. Como forma de pressão, pelo menos 160 delegados entregaram cargos de chefia em vários estados. Em Mato Grosso do Sul, a adesão é de 100%. 

    Além da reivindicação salarial, os funcionários do INSS cobram melhores condições de trabalho e reposição do quadro de pessoal por meio de concurso público. Segundo a categoria, faltam mais investimentos e servidores para prestar um serviço de melhor qualidade. “Exigimos que a nossa pauta de reivindicações seja atendida e não vamos tolerar o índice de 21,3%”, afirmou Adão Pereira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Trabalho, Saúde e Previdência Social no Distrito Federal (Sindprev-DF).

     

    Valorização 

    O presidente do Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio, também se posicionou contra a proposta salarial do Planejamento e exige equiparação salarial com carreiras do Judiciário, regulamentação da Lei nº 12.855, que estabelece valores de indenização para delegados que atuam nas fronteiras, e a criação de modelos de equipes de trabalho. “Não estamos sendo devidamente valorizados pelo governo e não vamos aceitar isso”, disparou. 

    Quem foi às agências da Previdência Social ficou frustrado. Apenas pessoas que fizeram o agendamento prévio tiveram acesso às unidades. Com dores nas mãos, devido a uma artrite, a empregada doméstica Antônia Alves de Melo, 51 anos, se arriscou e encontrou as portas da agênia fechadas. Não conseguiu atendimento para receber o auxílio-doença. “É um total descaso, já tinha tentado ligar no 135, e nada. Infelizmente, estamos à mercê de atritos internos, que nada deveriam interferir na vida do brasileiro”, reclamou. 

    Em nota, o INSS garantiu que os segurados agendados, que não forem atendidos em razão da paralisação, serão remarcados. O órgão vai considerar a data originalmente agendada como a de entrada do requerimento, para evitar prejuízo financeiro aos segurados. “A Central de Atendimento 135 está à disposição para prestar essas e outras informações e orientar os segurados”, acrescentou o órgão.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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