Por Claudia Safatle | De Brasília
A pressão dos alimentos sobre a inflação pode levar o IPCA de novo para o patamar de 6% nos próximos meses. O Banco CENTRAL contava com uma inflação em fevereiro de 0,73%, maior, portanto, do que os 0,69% anunciados. Mas para março e abril as taxas cairiam sensivelmente – para 0,55% e 0,45%, respectivamente. Encerraria, aí, a “janela” de oportunidade que o BC contava para derrubar a inflação.
A má notícia dos alimentos “in natura”, decorrente das condições climáticas, só começou a aparecer logo depois da última reunião do Comitê de política monetária (Copom) que reduziu para 0,25 ponto percentual a elevação da taxa Selic.
As expectativas dos agentes econômicos, porém, estão piorando rapidamente, mesmo com o ciclo de aumento dos juros básicos de 350 pontos de abril de 2013 para cá – de 7,25% ao ano para 10,75% ao ano.
Pelas projeções de alguns economistas de bancos, as taxas de inflação de março e abril viriam acima dos prognósticos do BC, podendo chegar a pouco mais de 6% em abril. Originalmente o cronograma da autoridade monetária previa inflação dessa ordem somente às vésperas das eleições de outubro. Isso já contando com um repique nos preços dos serviços nas principais capitais durante os jogos da Copa do Mundo.
Na pesquisa Focus, do BC, a expectativa de inflação para 2014 que era de 5,93% quatro semanas atrás, hoje está em 6,11%.
Fonte: Valor Econômico