Jucá negocia reajuste a servidores

    Escolhido ministro do Planejamento do governo Temer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) combinou com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), votar um pacote de reajustes para os servidores do Judiciário, Ministério Público e Executivo, além dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), cujo subsídio é o teto salarial do funcionalismo.

    Ainda não está claro quais categorias serão beneficiadas, nem se o reajuste será o estabelecido nos projetos. O impacto, de acordo com os projetos, é estimado em mais de R$ 5 bilhões em 2016 e pelo menos R$ 61 bilhões, somados, em quatro anos, sem contar o efeito cascata provocado pelo aumento do teto.

    Jucá conversou com Cunha em plenário na noite de terça-feira, quando o PT obstruía a pauta de votações para pressionar pela aprovação dos projetos que reajustam salários de 55 categorias do Executivo. Logo em seguida, o PMDB foi informado de que deveria votar a favor e a assessoria começou a passar a lista de requerimentos de urgência para os líderes assinarem.

    Segundo o Valor apurou, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, conversou com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) para garantir a aprovação do aumento salarial combinado com o governo do PT. O aumento não é a “pauta-bomba” que os petistas tentaram evitar por meses, com impacto de R$ 5,3 bilhões já em 2016 e R$ 36,2 bilhões até 2019, mas era tratado com cautela pelo déficit de quase R$ 100 bilhões nas contas públicas este ano.

    O presidente da Câmara disse que Jucá pretende “tratar junto” os reajustes do Judiciário e do Executivo. Ou seja, a votação ocorrerá apenas depois do impeachment porque a pauta está trancada por projetos do atual governo.

    Não ficaram claros para os parlamentares os motivos de Jucá defender o reajuste, mesmo com o rombo bilionário nas contas. O comentário é que seria um agrado aos servidores no início do mandato, para evitar conflitos, ou um gesto de boa vontade com o STF, que analisará pautas importantes para o futuro governo. Jucá não retornou o contato do Valor.

    Fonte: Valor Econômico

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