Ao comandar ontem reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, praticamente se despediu do cargo. Ele marcou a data do próximo encontro para fins de janeiro e completou: “Eu, talvez, não esteja aqui”.
O comentário foi feito em uma sala com quase 30 pessoas, entre diretores do Banco Central e técnicos da Fazenda. O tom, de acordo com participantes da reunião, foi de despedida. O ministro falou sem reservas, dando a entender que gostaria de vazar a informação. “Não confirmo nada. O que é dito no CMN não pode sair de lá”, despistou Levy em conversa com o Valor.
Nas últimas semanas, o embate do ministro com o governo se intensificou. Ele não economizou críticas à decisão da presidente Dilma de reduzir a meta de superávit primário de 2016 e reclamou muito do BC por ter liberado depósitos compulsórios para financiamento de projetos de infraestrutura.
A tendência de Dilma é optar por uma “solução caseira” na escolha do substituto. Uma das razões é a dificuldade em achar um economista disposto a assumir o cargo em meio à crise atual.
Fonte: Valor Econômico