Mantega: país cresce com duas pernas mancas

    Redação 

    Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o Brasil vem crescendo sustentado por duas “pernas mancas”: os efeitos ainda negativos da crise internacional sobre a economia brasileira e a falta de financiamento ao consumo interno. “O crédito para o consumo está escasso no Brasil, ao contrário do crédito para investimento, que é abundante. Para automóveis, não só não está crescendo, como está caindo”, exemplificou. Para frente, a visão dele é mais otimista. “Se conseguirmos um vento a favor, ou de popa, a partir da recuperação da economia internacional, e com alta do crédito ao consumidor, teremos duas novas forças dinamizadoras para a economia brasileira”, declarou Mantega, durante a abertura do Encontro Nacional da Indústria 2013, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

    Presente ao evento, a presidenta Dilma Rousseff fez um balanço dos investimentos em infraestrutura e educação que o governo está realizando e afirmou que o acordo fechado em Bali (Indonésia), na semana passada, no âmbito da Organização Mundial do Comércio, é histórico e representará US$ 1 trilhão a mais na economia global. “O cenário que se descortina a partir desse acordo beneficiará o Brasil”, previu.

    A notícia sobre o avanço na facilitação do comércio internacional foi comemorada pelo governo brasileiro, num momento em que o país ainda sofre com entraves ao crescimento, conforme diagnosticou o próprio ministro da Fazenda.

    Segundo ele, o país está, desde a segunda metade de 2012, em uma trajetória de recuperação gradual, que, em sua opinião, vai continuar em 2014. Mantega ressaltou que o investimento no país aumentou 6,5% em 2013, até outubro.

    “Receberemos US$ 200 bilhões em investimentos no país nos próximos dez anos, atraídos pelo Campo de Libra. Para cada US$ 1 bilhão investido em Libra, serão gerados US$ 3,3 bilhões de produção na economia”, estimou. “Os leilões bem-sucedidos nos fazem pensar que, finalmente, esteja despertando nos empresários o espírito animal”, acrescentou, referindo-se ao termo cunhado pelo economista inglês John Keynes, em 1936, para se referir às ações adotadas pelos homens movidos mais pelos instintos, de forma espontânea, do que pelo cálculo.

     

    Fonte: Brasil Econômico

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