Mantega reduz alta do PIB para 2,3% em 2014

    Ministro aponta crédito restrito como inibidor de crescimento e confirma ajuda às montadoras

    Em apresentação, ontem, em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira para 2,3% neste ano, o mesmo resultado visto em 2013 e menor do que a estimativa prevista no Orçamento da União para 2014, de expansão de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Ao ser questionado por jornalistas se havia revisado o dado, no entanto, o ministro respondeu: “Não, é uma previsão e uma previsão não é precisa. Será algo como 2,3% e 2,5%. Vamos revendo esse número à

    medida que tivermos resultados concretos”, disse. Apesar da redução, a projeção do governo ainda é mais otimista do que a do mercado. Segundo pesquisa Focus do Banco CENTRAL, a perspectiva dos economistas consultados é de que o PIB cresça 1,65% neste ano.

    Segundo Mantega, a atual restrição de crédito para bens de consumo tem sido o principal fator de pressão ao crescimento do nível de consumo das famílias e, consequentemente, do PIB. “Se não houvesse essa restrição, estaríamos com o PIB crescendo mais de 3% (ao ano) “, disse. “Só o crescimento da massa salarial não é suficiente para dar aquele dinamismo ao consumo”, completou.

    De acordo com o ministro, o nível de crédito para bens duráveis e automóveis “nunca esteve tão baixo”. Ele destacou que, apesar de a taxa de inadimplência ter recuado para níveis em torno de 4,5%, as condições para liberação de crédito estão “mais rigorosas” e que nem todos os pedidos têm sido aprovados pelas instituições financeiras.

    Para tentar reverter o quadro de dificuldades da indústria automotiva, Mantega confirmou que o governo estuda programas

    de apoio ao setor, considerado, por ele, de grande relevância na economia e na geração de empregos. “Estamos negociando com a Argentina a liberação de entraves para a exportação de automóveis e viabilizando o financiamento, que será privado, com algumas condições”, afirmou o ministro, sem dar mais detalhes sobre as medidas. O setor tem sofrido com exportações menores para a Argentina, em razão da crise cambial no país vizinho. Com a falta de dólares, o governo da presidente Cristina Kirchner tem dificultado as compras no exterior.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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