Meirelles diz que Previdência pode ser votada no mês que vem

    TEMER COMEÇA A SONDAR DEPUTADOS SOBRE CLIMA PARA RETOMAR TRAMITAÇÃO DA REFORMA COM ‘FORÇA TOTAL’

    O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem que as discussões sobre a Reforma da Previdência foram retomadas. “A expectativa é que seja votada no Congresso em outubro”, escreveu o ministro no Twitter.

    Ontem, o presidente Michel Temer pediu ao ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, para sondar com os deputados o clima para retomar a Reforma da Previdência “com força total” logo após o retorno do presidente de Nova York, na semana que vem.

    Na semana passada, o governo obteve duas importantes vitórias no Congresso Nacional com a aprovação das mudanças nas metas fiscais de 2017 e 2018 e da criação da nova taxa de Juros dos financiamentos do BNDES, a chamada Taxa de Longo Prazo (TLP).

    Esses resultados foram recebidos como um sinal de ambiente mais favorável ao governo para votar matérias de seu intere s-se – o que se soma à recente reviravolta no campo político, com a possibilidade de reversão de benefícios concedidos a executivos da JBS que implicaram o presidente Michel Temer em suas delações, mas teriam omitido outras informações.

    Meirelles também publicou no Twitter que, após a aprovação das mudanças nas regras previdenciárias, o governo vai trabalhar na formulação da reforma tributária, “com objetivo de simplificar o sistema”.

    Em São Paulo, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que “não há pernas” para tocar duas reformas ao mesmo tempo. “A reforma mais urgente é a da Previdência. A tributária é o passo seguinte”, disse após fazer palestra em evento na Fundação Getulio Vargas (FGV).

    Na palestra, Dyogo disse que o governo pode estar oróximo de não conseguir íonrar as despesas com a Previdência se uma reforma não for feita. “Estamos prestes a não poder pagar”, disse ele.

    O ministro mencionou que, só em 2018, haverá Déficit de R$ 200 bilhões, considerando apenas o regime geral. Incluindo o funcionalismo público, esse total deve chegar a R$ 300 bilhões. “Não há como protelar a reforma”, afirmou, ressaltando que a população brasileira está vivendo mais, mas hoje as pessoas se aposentam muito cedo. “Chega de falácias, de falar que pode tirar daqui e dali”. Ele citou os casos de Portugal e Grécia, que reduziram o valor das aposentadorias e chegaram até a parar de pagar os benefícios. / IDIANA TOMAZELLI, CARLA ARAÚJO, FELIPE FRAZÂO, ALTAMIRO SILVA JUNIOR E FRANCISCO CARLOS DE ASSIS

    Fonte: O Estado de S. Paulo

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