Por Ana Conceição | De São Paulo
O mercado prevê queda da atividade econômica com mais juros e mais inflação. Os analistas de mercado ajustaram para pior as expectativas para os parâmetros da economia neste ano, de acordo com o boletim Focus, divulgado pelo Banco CENTRAL.
Os analistas agora esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha queda de 0,42% neste ano. Na semana anterior, a expectativa era de variação zero. Foi a sétima revisão consecutiva para baixo. A produção industrial acompanhou o movimento e foi revisada de alta de 0,44% para queda de 0,43%.
Na semana passada, houve nova rodada de revisões para baixo para a economia brasileira. Além do carregamento negativo que indústria e comércio deixaram para este ano, a escassez de água e de energia piora as perspectivas. A LCA, por exemplo, revisou a projeção para queda de 1% no PIB. O Itaú vê queda de 0,5% sem racionamento e de 1,1% com racionamento. A Capital Economics previu que a falta de água e energia pode tirar de 0,5 a um ponto do PIB neste ano.
Apesar da atividade em desaceleração, o mercado vê a inflação ainda mais pressionada por um câmbio mais desvalorizado e aumento dos preços administrados (energia elétrica, água, gás, gasolina etc.). A mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 7,15% para 7,27% em 2015, sétima elevação consecutiva. A previsão para a alta dos administrados saiu de 9,48% para 10%.
Em relação ao dólar, a mediana das apostas passou de R$ 2,80 para R$ 2,90 ao fim deste ano e de R$ 2,90 para R$ 2,93 ao fim de 2016. Antes dessa revisão, a estimativa para este ano ficou congelada por seis semanas.
Com isso, os analistas agora veem aperto maior na Selic em 2015 e estimam que o juro vai subir dos atuais 12,25% para 12,75% ao ano. Por nove semanas, o mercado manteve a expectativa de que a Selic terminaria o ano em 12,50%.
Fonte: Valor Econômico