Mercado revê projeção da inflação para o ano após aumento de imposto

    RELATÓRIO FOCUS, DO BC, INDICA QUE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ELEVARAM DE 3,29% PARA 3,33% O ÍNDICE PREVISTO PARA 2017

    Autor: Fabrício de Castro/BRASÍLIA

    O reajuste nos preços dos combustíveis, anunciado na quinta-feira passada, já impactou as projeções do mercado financeiro para a inflação em 2017. O Relatório de Mercado Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, mostrou que os economistas de instituições financeiras elevaram de 3,29% para 333% o IPCA – o índice oficial de preços – previsto para este ano.

    Esta é uma primeira reação ao aumento dos combustíveis, mas nas próximas semanas novos ajustes podem ocorrer.

    “A subida dos combustíveis ainda não foi totalmente incorporada às projeções. Veremos pelo menos mais uma ou duas semanas de ajuste disso no Focus”, afirmou o economista-sênior do banco Haitong, Flávio Serrano. A expectativa dele é de que o impacto total do reajuste dos combustíveis sobre o IPCA varie entre 0,50 e 0,60 ponto porcentual.

    Na quinta-feira passada, o governo anunciou o aumento da alíquota de PIS/Cofins sobre os combustíveis. No caso da gasolina, a elevação representará alta de R$ 0,41 no preço do litro. “Muitas instituições ainda nem mexeram nas projeções do Focus. E quem mexeu muitas vezes fez isso apenas para mostrar que houve uma mudança de percepção.”

    Seja como for, a alta dos combustíveis não ameaça o cumprimento da meta de inflação para este ano, de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (taxa entre 3% e 6%). Para 2018, a projeção de inflação no Focus permaneceu em 4,2%.

    Sob controle. Com a inflação sob controle, os economistas seguiram projetando um corte de 1 ponto porcentual da Selic (a Taxa Básica de Juros) no encontro desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Atualmente em 10,25% ao ano, a taxa básica iria para 9,25% agora e, no fim de 2017, estaria em 8%, conforme o Focus. Para o fim de 2018, os analistas também projetam uma Selic em 8% ao ano.

    Já as projeções do mercado para a atividade seguem indicando um cenário de dificuldades. A previsão de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 permaneceu em 0,34%. No caso de 2018, o avanço esperado é de 2%.

    Fonte: O Estado de S. Paulo

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