Ministério da Fazenda divulga lista dos 500 maiores devedores da União

    Ministério da Fazenda divulgou ontem a lista dos 500 maiores devedores da dívida ativa da União. Em conjunto, essas empresas devem R$ 392,260 bilhões. Desse total, R$ 228,978 bilhões estão em cobrança, R$ 103,309 bilhões estão parcelados e R$ 43,732 bilhões estão suspensos por decisões judiciais. Os R$ 16,240 bilhões restantes estão em garantia. 

    A Vale encabeça o ranking, com um total de R$ 41,911 bilhões. A maior parte da dívida da mineradora (R$ 32,885 bilhões), no entanto, está suspensa por decisão judicial. Em seguida, aparece a Carital Brasil (antiga Parmalat), com R$ 24,918 bilhões. Depois, a estatal Petrobras, com R$ 15,6 bilhões. 

    O Bradesco é o primeiro banco da lista. Aparece em 7º lugar, com R$ 4,871 bilhões em dívidas. Desse total, R$ 3,434 bilhões estão em cobrança e R$ 1,335 bilhão restante está suspenso por decisão judicial. 

    A petroquímica Braskem, controlada pela Odebrecht, aparece em 18º lugar, com R$ 2,684 bilhões em dívidas. A Companhia Brasileira de Distribuição (Pão de Açúcar) está em 38º lugar, com R$ 1,5 bilhão. Em 44º, está o Itaucard, com R$ 1,355 bilhão. O J. P. Morgan está em 79º lugar, com R$ 841 milhões. 

    Também compõem a lista empresas como a Vasp (em 6 º lugar), com R$ 6,216 bilhões em dívidas; a Varig (em 8º lugar), com R$ 4,658 bilhões, e o Banco Nacional (em 19º lugar), com R$ 2,614 bilhões. 

    A equipe econômica do governo tem buscado apertar o cerco contra grandes devedores. Na semana passada, a Receita Federal publicou uma portaria que determinava o monitoramento permanente de patrimônios com o objetivo de combater “artimanhas” para driblar a cobrança de grandes dívidas tributárias. 

    Questionada sobre o motivo da divulgação da lista, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional afirmou que ela “possibilita uma visão consolidada dos maiores devedores da Fazenda Nacional” e que é um objetivo dessa gestão do Ministério da Fazenda “promover um incremento da recuperação de créditos inscritos em Dívida Ativa da União, na busca pela justiça fiscal”. 

    Procuradas, Braskem e Vale afirmaram que refinanciaram as suas dívidas por meio de programas da própria União e estão colocando seus débitos em dia. O Itaucard não se pronunciou oficialmente, mas fontes do banco afirmaram que ele também aderiu a programas de refinanciamento e pagou a quantia que devia. O Bradesco se recusou a comentar o assunto. 

    Nas Indústrias de Papel Ramenzoni, que aparece em 4º lugar na lista do Ministério da Fazenda, um funcionário disse que a responsável pelo assunto não estava na empresa. As demais companhias citadas na reportagem não foram encontradas até o fechamento desta edição. (Colaboraram Estevão Taiar e Flavia Lima, de São Paulo)

     

    Fonte: Valor Econômico

    Matéria anteriorTensão retorna: dólar dispara e bolsa desaba
    Matéria seguinteTemer diz que “base está sendo organizada”