O juiz federal Sergio Moro solicitou, por meio de ofício protocolado nesta segunda-feira (27), informações ao Banco Central (BC) sobre nove contas que teriam sido usadas para o pagamento de propina da Odebrecht a diretores da Petrobras.
As transferências foram feitas a empresas offshores com contas em paraísos fiscais, no período entre 1 de janeiro de 2003 e 31 de março de 2015, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
As offshores, ainda conforme o MP, eram usadas como fachada para abastecer as contas dos diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Jorge Luiz Zelada, Nestor Cerveró, além do ex-gerente Pedro Barusco.
Os dados solicitados por Moro são referentes às seguintes offshores: Smith & Nash Engineering, Arcadex e Golac, Rodira Holdings, Hanvisur, Sherkson, Klienfeld, Innovation e Constructora Del Sur.
Conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o dinheiro de propina saía de contas da Odebrecht (quatro nos Estados Unidos e uma na República Dominicana) e passava por três níveis de lavagem, até chegar às contas das offshores. Delas, os diretores da estatal retiravam o dinheiro da propina.
Em nota, a Odebrecht negou que tenha feito pagamentos a diretores da Petrobras. “A Construtora Norberto Odebrecht nega acusações caluniosas feitas por réu confesso. Em especial, nega ter feito qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer executivo ou ex-executivo da Petrobras.”