Horas depois de ser aclamada como candidata à reeleição pela sua legenda, o PT, a presidente Dilma Rousseff teria que engolir os primeiros revezes na corrida eleitoral, com a saída do PTB e do PR do rol de partidos que oficializaram apoio à reeleição. (Para quem passou esses dias de olho na Copa do Mundo e não prestou atenção na política, o PTB decidiu neste fim de semana apoiar Aécio Neves, e o PR adiou a decisão para 30 de junho).
O movimento preocupa pela onda que pode provocar em outras duas agremiações, o PP e o PSD. Os dois partidos têm convenções marcadas para amanhã e há uma pressão enorme para seguirem o mesmo caminho do PTB. As duas legendas já declararam que apoiarão Dilma, mas o PTB também havia feito esse gesto, inclusive convidado a presidente para a convenção. Portanto, todo cuidado é pouco.
Dois ritmos
A turma do PSD que deseja seguir com Aécio está menos aguerrida. Ontem, a informação era a de que, em respeito ao ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, fariam a convenção em “clima de velório” para apoiar Dilma Rousseff. No PP, o grupo do senador Benedito de Lira, de Alagoas, se juntaria aos mineiros, na guerra para levar o partido em direção a Aécio Neves. No mínimo, liberar a bancada.
Será?! Sei não…
Alguns petistas ficaram com uma ligeira impressão de que o ex-presidente Lula chamou Aloizio Mercadante a se apresentar como pré-candidato a presidente daqui a quatro anos. Tudo bem que ainda tem muita água para rolar sob a ponte, mas depois de um “né, Aloizio?”, olhando para Mercadante, Lula citou: “Eles que se preparem porque a gente pode ficar mais quatro anos também!”. Vai ver que foi só impressão…
Mais um agrado
O governo se prepara para atender em parte o maior desejo do setor sucroalcooleiro, cada vez avesso à reeleição da presidente Dilma. A ideia é aprovar hoje, na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), um aumento de 25% para 26% a quantidade de etanol na gasolina. Os produtores de álcool combustível desejam 27,5%.
Razões & sensibilidades
No segundo tempo do jogo entre Brasil e Camarões, quase no fim, um grupo tentou entoar xingamentos à presidente Dilma Rousseff. Foi logo contido por torcedores que estavam à volta, alertando que aquele não era comportamento. Houve quem usasse outro argumento: “Se continuar com isso, ela vai virar vítima”. O sujeito parou na hora.
CURTIDAS
Casa de ferreiro/ Procurado por turistas de diversas nacionalidades no domingo, o Itamaraty tinha apenas visitas guiadas em português em todos os horários. A explicação dos plantonistas era que, por se tratar de um prédio público e não um museu, eles não tinham a obrigação de acolher visitantes em outros idiomas.
Casa de todos/ No Palácio do Planalto, entretanto, outro prédio público, os visitantes que chegavam tinham visitas guiadas em inglês e espanhol. Ponto para Dilma. Um grupo de turistas da Nova Zelândia, no entanto, ficou espantado com a diferença de tratamento, sem saber por que justamente no Ministério de Relações Exteriores não tinha uma viva alma ontem pela manhã para acompanhar a visita em inglês. É, pois é.
Para todos os gostos/ O discurso da mudança varia de acordo com o gosto do freguês. A oposição diz que mudará o ritmo de desenvolvimento do país. O PT diz que está mudando e mudará ainda mais. Mas, em termos de frases de efeito, os bem-humorados registraram o que disse Paulinho da Força, do SDD: “Esse governo é tão ruim que até o PT fala em mudar”.
Os sem-vaia/ Por mais que os políticos sonhem em usar a Copa para embalar seus projetos eleitorais, a maioria tem evitado muita exposição nos estádios. Sem vaias até o momento, de autoridades expostas ao telão, só mesmo o governador da Bahia, Jaques Wagner (foto), que acompanhou Angela Merkel no primeiro jogo da Alemanha, e o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. E a luta continua! Vamos que vamos, Brasillllllllll!
Fonte: Correio Braziliense