Paulo Egídio
Responsável pela distribuição, fiscalização e controle de qualidade do dinheiro no Rio Grande do Sul, o Departamento do Meio Circulante (Mecir) do Banco Central (BC) de Porto Alegre pode ser fechado. Mesmo sem anunciar publicamente a decisão, a instituição já informou os funcionários do setor sobre o encerramento das atividades.
De acordo com a seção gaúcha do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), o fechamento do Mecir levará à diminuição da oferta de moedas no Estado e prejudicará a disponibilidade de troco nos estabelecimentos comerciais, já que o departamento é o responsável por coordenar a operação de transporte de dinheiro para o BC local.
A medida também pode afetar a verificação de autenticidade das cédulas. Atualmente, o Mecir realiza a substituição de notas que perdem suas características de segurança. “O encerramento das atividades vai impactar na qualidade do dinheiro, o que aumenta o risco de circulação de cédulas falsas e dificulta sua identificação”, adverte o Sinal/RS.
A preocupação do sindicato também passa pelo fechamento dos postos de trabalho no departamento. Com o encerramento das atividades do setor, os cerca de 20 funcionários não têm garantia de que permanecerão trabalhando em Porto Alegre. Na manhã desta quinta-feira (1º), servidores da unidade da Capital do Banco Central promoveram um ato em frente à sede regional da autarquia para protestar contra o encerramento das atividades do Mecir.
Ainda sem data para ser efetivada, a medida já provocou reações no Senado Federal. Procurados pelas lideranças sindicais, os senadores Ana Amélia (PP) e Paulo Paim (PT) realizaram pronunciamentos críticos ao fechamento do Mecir. Na terça-feira (27), a senadora progressista apelou ao BC que reveja a posição. “Mesmo entendendo que seja uma questão de economicidade, isto está ligado ao patrimônio de Porto Alegre”, disse a parlamentar.
Paim afirmou que a medida é um “desprestígio ao Rio Grande do Sul, que será a única regional do País em que não haverá o Departamento do Meio Circulante”. Procurado pela reportagem, o Banco central não se manifestou sobre o assunto.
Fonte: Jornal do Comércio