As tratativas de firmar um acordo de delação premiada fizeram com que o ex-ministro da Fazenda e também ex-todo poderoso dentro da hierarquia do Partido dos Trabalhadores, Antônio Palocci, revelasse ao juiz Sérgio Moro todo esquema corrupto dos governos petistas, do ex-presidentes Lula e Dilma.
O depoimento do ex-ministro se deu em Curitiba, mas na verdade, o epicentro de um terremoto sem precedentes se deu na Avenida Paulista, verdadeiro coração financeiro do Brasil.
O poder de destruição de uma delação consistente de Palocci certamente terá consequências gravíssimas para o sistema financeiro brasileiro. Afinal, Palocci comandou a Fazenda e a economia com mãos leves e dedos ágeis durantes anos e sempre beneficiando os grandes bancos.
Falando neles, os grandes bancos privados já preparam os cofres para aderir acordos de leniência. Até aí normal para os parâmetros atuais do Brasil, o que realmente chama a atenção é a pressa do atual governo em aprovar a MP nº 784/2017.
A “boa ideia” da emenda 51 na MP 784/2017, que tem a autoria do deputado Augusto Coutinho (SD/PE) e relatoria da senadora, Lídice da Mata(PSB/BA) chama a atenção pelo seguinte: o Banco Central do Brasil terá que participar e auditar esses acordos de leniências.
Tudo certo, não fosse um pequeno detalhe: não existe o cargo de auditor no quadros do BC! Os analistas do banco já atuam como auditores na pratica, mas a chancela oficial do cargo é inexistente. Com a provação da emenda, será criado o importante cargo de Auditor do Banco Central e alguns “eleitos” serão alçados a importante posição sem o devido concurso e transparência em sua escolha. De fato, já circulam informações de que os novos auditores já foram escolhidos politicamente a dedo.
Para rechear ainda mais essa rocambolesca historia, banqueiros e bancas sabem que a não criação do cargo de Auditor do BC pode anular todos os possíveis acordos de leniências, que vão encher o já combalido cofre da União.
E se isso já não for o bastante, ainda chama a atenção a “premiação” que procuradores terão direito a um bônus sobre as multas aplicadas às instituições bancarias.
Pelo visto, a emenda 50 e 51 se mostram realmente uma boa ideia, só que não!
No fim da manhã desta segunda (9/10), o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central decidiram em Assembléia aprovar uma paralisação de duas horas afim de chamar a atenção do Congresso para a aprovação da “boa ideia”.
Fonte: Brasil de Fato