Para analistas, alta do IBC-Br chegou a 1,1% em dezembro

    O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de dezembro, que será divulgado hoje, deve reforçar o cenário de expansão da economia vista no ano passado. A estimativa média de 17 Instituições Financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data é de alta de 1,1% do indicador na comparação com novembro. Todas as projeções são positivas. Se confirmado, será o quarto mês seguido com crescimento do índice. Em relação a dezembro do ano anterior, a estimativa média é de alta de 2,3%.

    O resultado do IBC-Br de dezembro vem na sequência do crescimento da indústria (2,8%) e dos serviços (1,3%) em relação a novembro. Esses números surpreenderam positivamente os analistas e fizeram com que revisassem para cima as projeções para o índice do BC, mesmo com a queda das vendas do varejo restrito (1,5%) também nesse tipo de comparação.

    O crescimento de 1,3% dos serviços é positivo não só por ter surpreendido os analistas, mas porque o setor “estava demorando um pouco mais para reagir”, diz Luiz Fernando Castelli, economista da GO Associados, que calculava alta de 0,4%. No acumulado de 2017, os serviços apresentaram queda, de 2,8%, enquanto a indústria e o comércio cresceram respectivamente 2,5% e 2%.

    “O que veremos agora, com a indústria tendo desempenho melhor, mantendo essa toada de recuperação, é um aumento da demanda pela atividade de serviços”, diz. A projeção da GO Associados para os serviços neste ano é de expansão de 2%, com viés de alta.

    Com a surpresa do setor, Castelli revisou para cima sua projeção para o IBC-Br de dezembro, de 0,7% para 0,8%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a consultoria projeta alta de 0,4% no quarto trimestre, 1,1% no acumulado de 2017 e 3,2% em 2018. Apesar de medirem o desempenho da atividade, IBC-Br e PIB têm metodologias diferentes.

    Na ponta mais otimista das projeções do indicador do BC, a MCM Consultores começou o mês calculando que o IBC-Br teria alta de 0,3%. À medida que os indicadores setoriais foram sendo divulgados, a projeção foi sendo revista para cima, primeiro para 1,7% e depois para os atuais 2,9%. Para Caio Napoleão, economista da consultoria, o índice de dezembro é mais um indício da recuperação da atividade. “Não esperávamos que os indicadores de dezembro viessem tão bem”, afirma.

    Se a estimativa da MCM for confirmada, o IBC-Br terá registrado alta de 1,7% no quarto trimestre em relação ao terceiro e de 1,2% ao longo do ano. Nos cálculos de Napoleão, o crescimento de 1,7% nos últimos três meses do ano passado deixaria uma herança estatística de 2,1% para o primeiro trimestre de 2018. Isso significa que, se durante os três primeiros meses deste ano o indicador permanecer no mesmo patamar de dezembro, haverá alta de 2,1%. Para 2018, a herança estatística deixada seria ainda maior, de 3,7%.

    A Pezco, por sua vez, calcula alta de 1% para o IBC-Br de dezembro. Para o PIB do último trimestre de 2017 em relação aos três meses anteriores, a estimativa é de crescimento de 0,8%. “O quarto trimestre foi aquele que de fato consolidou uma melhoria generalizada entre os setores”, afirma Yan Cattani, economista da consultoria.

    Fonte: VALOR ECONÔMICO

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