Autor: VERA BATISTA
No primeiro dia após o repasse de recursos extras do Tesouro para a Polícia Federal, que permitiu à Casa da Moeda do Brasil(CMB) voltar a imprimir passaportes, o movimento foi tranquilo no Distrito Federal. ‘Não tivemos alteração na rotina. Mas, a partir de quarta-feira, deveremos sentir os efeitos da demanda represada’, destacou o agente administrativo Vitor Oliveira Eduardo, supervisor interino do posto de atendimento do Na Hora do Riacho Fundo. Em todo o país, 175 mil pedidos deixaram de ser atendidos nos 18 dias úteis em que a emissão do documento permaneceu suspensa.
O posto da PF do Riacho Fundo, a 20 quilômetros da Rodoviária do Plano Piloto, atende cerca de 400 pessoas por dia. ‘Não paramos de trabalhar. A questão é que as pessoas não conseguiam agendar o atendimento. Assim, somente ao chegarem as novas solicitações é que sentiremos o impacto da paralisação’, analisou Eduardo. A Casa da Moeda promete trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana, para atender a todos os pedidos e espera normalizar as entregas em cinco semanas.
Os documentos serão entregues na ordem cronológica das solicitações. Rayane Oliveira Dias, 29 anos, disse que não estranhou a suspensão do fornecimento. ‘Todo ano é a mesma coisa’, ironizou. Ela quer ir aos Estados Unidos no início do ano que vem. ‘Tenho tempo de sobra. Mas, com ou sem dinheiro, o serviço é lento. Para estar aqui hoje, tive que marcar com 20 dias de antecedência’, reclamou.
O casal Rodrigo Corá, 44, e Valquíria Corá, 41, foi ao Na Hora do Riacho Fundo para tirar o primeiro passaporte do filho Ramon Corá, 15. O rapaz estava ansioso pela primeira viagem à Disney, apesar de ir sem a namorada, Marcela, de 17 anos. ‘Vou com meus tios. Acho que a viagem vai ser inesquecível’, afirmou.
Juliana Almeida, 36, com as filhas Carolina (2) e Gabriela (8), e com a mãe Maria Joana (67), porém, estava tensa, pois precisava de atendimento de emergência. ‘Vamos para o México encontrar meu marido, Breno. Conseguimos ótima oportunidade de trabalho como consultores de tecnologia de um banco. Só que a PF entendeu a viagem dos pais como emergencial e a das meninas, não’, estranhou. A família precisa estar no México na primeira semana de agosto. ‘Tenho esperança de que tudo será resolvido’, afirmou Juliana.
Atendimento no JK
Em breve, os moradores do Distrito Federal terão mais um posto de atendimento para emissão de passaportes, no Aeroporto Juscelino Kubitschek. A informação ainda não foi divulgada pela Polícia Federal porque o local está em fase de testes. A abertura oficial da repartição deverá acontecer em aproximadamente duas semanas. Mas quem procura o serviço já encontra a opção do JK no site da própria PF. O posto do Riacho Fundo, a 20 quilômetros da Rodoviária do Plano Piloto, está funcionando deste outubro do ano passado. Embora considerado uma agência modelo, desagradou à maioria da população, deviso à distância do centro da capital.
Fonte: Correio Braziliense