PIB tomba 3,50%

    De mal a pior. Assim vai a economia brasileira, na avaliação dos analistas do mercado financeiro. Após o resultado desastroso do Produto Intermo Bruto (PIB) no terceiro trimestre, divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de retração da atividade econômica em 2015 saltou de 3,19% para 3,50%, segundo o boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC). Se confirmada, será a maior queda na produção nacional desde 1990.

    Na última terça-feira, o IBGE anunciou que o PIB do período julho-setembro recuou 1,7% em relação ao trimestre anterior e 4,5% na comparação com o mesmo intervalo de 2014. Foi a terceira retração consecutiva do indicador, que mede a criação de riqueza pelos agentes econômicos. Diante da fraqueza da economia, os analistas pioraram também as projeções para o ano que vem, ampliando a expectativa de queda do PIB para 2,31%, ante estimativa anterior de 2,03%. Isso significa que, por pelo menos mais um ano, os brasileiros vão conviver com um quadro de demissões, aumento da taxa de desemprego e poucas chances de melhoria salarial.

    Mesmo com a economia enfraquecida, a inflação não deve dar trégua, na  opinião dos analistas. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da carestia, deve avançar 6,70% no próximo ano, ficando, mais uma vez, acima do limite de tolerância, de 6,50%, definido pelo Conselho Monetário Nacional. Para 2015, a expectativa passou de 10,38% para 10,44%.

    Com a persistência da inflação, o mercado deixou de esperar qualquer flexibilização na política de juros conduzida pelo BC e passou a acreditar que a taxa básica, a Selic, chegará a dezembro de 2016 na média de 14,25% ao ano. A expectativa foi influenciada também pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual o BC afirmou que tomará as medidas necessárias para controlar a inflação. Para os analistas, a declaração foi um sinal de que a Selic deve subir no início do próximo ano. Com isso, os consumidores podem esperar juros ainda mais altos nos financiamento, incluindo crediário, cheque especial e cartão de crédito.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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